Produtos: Bolo de aipim vegano

Local: Assentamento Terra Prometida (Duque de Caxias)

Contato: 21 97219-4292 (Bianca)

Somos um coletivo de mulheres Sem Terra do Terra Prometida, assentamento de reforma agrária, localizado em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. Trabalhamos através de mutirões realizados nos lotes individuais de cada mulher integrante do grupo para potencializar a produção de alimentos saudáveis. Produzimos de forma agroecológica e orgânica, hortaliças, leguminosas, grãos e também temos criação de ovinos e caprinos. O nosso produto processado oferecido à Rede é o bolinho de aipim vegano. Assim, beneficiamos o aipim, principal produção do assentamento, para agregar valor e somar renda à nossa produção. O nome do coletivo faz menção às mulheres quilombolas que ficaram conhecidas como as Hydras do Iguaçu, no período colonial brasileiro. Estas mulheres quando perseguidas traçavam suas rotas de fuga pelo leito do rio Iguaçu e seus afluentes, que cortam o assentamento, e por isso nunca foram capturadas. Nosso grupo nasceu a partir de uma equipe de trabalho na cozinha da Coopaterra, cooperativa de comercialização do Terra Prometida, hoje desativada. Desde o princípio do coletivo temos relação com Rede Ecológica – Rede de Consumidores que compra produção no Terra Prometida há cerca de nove anos.

Primeiramente fomos responsáveis por conceber e preparar o cardápio do café da roça e do almoço ofertados aos visitantes que chegavam ao assentamento, a partir da produção de época das produtoras da Coopaterra, principalmente em visitas coordenadas pela Rede Ecológica, em 2019.
Com a Rede Ecológica ainda fizemos oficinas de cozinha nas quais debatemos e experimentamos receitas para ampliar as formas de beneficiamento do aipim e agregar valor à nossa produção, quando também contamos com o apoio do Instituto Maniva.

No início da pandemia do coronavírus, no Brasil, preocupadas com um conjunto de trabalhadoras mulheres que ficariam sem fonte de renda por conta da quarentena e isolamento para controle do Covid-19, abrimos um diálogo com a Rede Ecológica e com Amigos do MST para garantir alimentação saudável para estas mulheres e suas famílias. Acreditamos que o isolamento deve ser físico e não social, pois a sociedade deve (ou deveria) ser cuidada por todos, como princípio.

Associados da Rede Ecológica e amigos, e ainda amigos do MST, preocupados conosco, que também sofremos sanções por essa quarentena, o que limitou a comercialização de nossa produção, propuseram uma aliança onde os associados da Rede e Amigos do MST entrará com recursos para a compra de nossa produção, e nós garantiremos os alimentos a preço de roça, que é o menor preço possível para levar alimentação saudável às famílias das trabalhadoras. Este é início de um trabalho no qual mostramos a alimentação como um direito de todos, e a alimentação saudável como princípio de saúde coletiva.

Pretendemos mostrar a mulheres, em completo estado de vulnerabilidade social e econômica da Baixada Fluminense que alimentos orgânicos e agroecológicos não são coisa de rico e podem ser consumidos por elas quando a comercialização se der em relação direta entre trabalhadoras da cidade e trabalhadoras do campo. Ao término da quarentena e isolamento pretendemos – Rede Ecológica, MST Baixada Fluminense, amigos do MST, Projeto Sou do Meio e Mulheres Catadoras – realizar o plantio de uma horta urbana no espaço coletivo das mulheres catadoras.