Somos muito mais do que apenas um grupo de compras coletivas de produtos agroecológicos. Há 20 anos…

Há 20 anos compramos diretamente dos nossos agricultores/produtores, predominantemente locais, sem intermediários. Uma compra baseada na segurança e na soberania alimentar. A combinação de produtos frescos semanalmente e secos mensalmente (arroz, feijão, fubá, queijos, açúcar, produtos de limpeza etc.) possibilita nossa saída dos supermercados, espaço de comercialização do agronegócio e das grandes corporações.

É dizer não ao sistema capitalista, de modo discreto, mas incisivo.

Fomos fazendo mais: a compra sendo direta, nos abriu para o mundo dos produtores agroecológicos e suas questões. Nos aproximou dos movimentos sociais, especialmente do MST, criando-se uma parceria duradoura e significativa, na defesa da reforma agrária e da sustentabilidade de vários assentamentos. Cada produtor que nos abastece tem um acompanhante, o que significa estar mais próximo da realidade do campo e do que os produtores vivem.

A representação junto ao Consea, há muitos anos, mostra nossa preocupação em construir políticas públicas na cidade do Rio de Janeiro, no que se refere à segurança e soberania alimentar.

Indo além, a Rede Ecológica, desde 2011 construiu um fundo rotativo e solidário, para atender a necessidades de nossos motoristas e produtores, o que significa a possibilidade de sair de empréstimos bancários, viabilizando consertos e aquisições de veículos ou equipamentos, novamente numa postura inovadora de parceria solidária.

Enfrentamos a pandemia, lançando a Campanha Campo e Favela contra o Corona e a Fome, desde abril de 2020, o que nos aproximou de 7 territórios populares, apoiando uma população em estado de vulnerabilidade, através da doação de cestas de alimentos agroecológicos de alguns de nossos produtores. Isto fez chegar comida de verdade a estes lugares, e conseguimos muito mais: ativar o plantio urbano, cozinhas coletivas e feirinhas agroecológicas.

O nome Rede Ecológica supõe também uma preocupação com a questão ambiental e o endosso, sempre, dos 3 Rs: reduzir o consumo, reaproveitar ao máximo e reciclar basicamente o nosso lixo orgânico, através da compostagem. Ao enfatizarmos práticas de reaproveitamento, estamos nos colocando na prática como um contraponto à obsolescência planejada. Outra preocupação nossa é a redução de embalagens plásticas e seu reaproveitamento: luta contra o uso do plástico faz parte desta caminhada.

Finalmente, quando dizemos que somos um grupo autogestionário, estamos sinalizando que trabalhamos juntos, através de pequenos coletivos (comissões), divididos em 11 núcleos com uma gestão horizontal inovadora. Estes dados revelam que um pequeno grupo, de menos de 200 famílias, faz a diferença. Neste 2021 completamos 20 anos de vida, ininterrupta e prazerosa, e continuamos agindo na construção de um outro mundo possível.

Venha nos conhecer mais e entre para a Rede Ecológica!

Organização

A Rede Ecológica é baseada na autogestão, o que supõe que sua organização e funcionamento são assumidos pelos próprios consumidores. Esta estrutura é formada por diversas comissões distribuídas em 4 áreas, que poderão ser examinadas mais detalhadamente no site:

  1. as compras coletivas e toda a estrutura relacionada 
  2. a interação produtores e consumidores 
  3. a comunicação, educação, formação 
  4. integração a outros movimentos sociais

Tais atividades vêm se tornando cada vez mais importantes para alimentar as mudanças que consideramos tão necessárias em nossa sociedade, no sentido de caminhar com firmeza e rapidez em direção à agroecologia. Para isso, incentivamos fortemente também a criação de novos grupos organizados como o nosso.

Até meados de 2010 a Rede funcionou  com a realização de assembléias, hoje substituídas por reuniões de núcleo com peso de miniassembléias. E as decisões gerais cabem a uma comissão gestora, integrada por 2 representantes de cada núcleo, mas sempre em interação com os núcleos.