Blog

A continuidade do Tira Caqui

Relato preparado por Silvia Baptista (Vargem Grande):

“Após a culminância dos quase trinta dias dedicados ao ciclo produtivo do caqui da zona oeste do Rio de Janeiro, a Força Tarefa entra em fase de sistematização. A princípio agendamos a reunião de sistematização para o dia 8/5 às 10 h em Vargem Grande. Em linhas gerais, foram levantados assuntos indispensáveis para a redução do desperdício dessa fruta que faz parte de nosso calendário alimentar. Em linhas gerais a experiência nos permitirá avançar nos seguintes pontos:

1. O desafio da colheita solidária. Os últimos anos deixaram claro que colheitas grandes são contraproducentes. Não são eficazes. Os agricultores não querem isso. Esse ano conseguimos fazer quatro colheitas menores. Não conseguimos evitar um grande número de pessoas nas lavouras no dia 21/4.

2. Transporte e logística. O caqui utiliza tração animal e depois um trajeto bem difícil de carro até o consumidor final. Fizemos a experiência de entrega de três caixas de caqui e foi bem difícil e custoso. O preço de fato precisa refletir essas dificuldades. Nesse item convém verificar as possibilidades de estufas, locais de armazenagem. O Jorge Cardia sugeriu a criação de um entreposto para a safra 2018.

3. Preço justo. Consideramos o preço praticado pela Rede Ecológica (R$8,00 a dúzia) o mais justo diante da delicada logística exigida pelo acesso ao #CaquiDaqui. Soubemos que a Unacoop vende muito mais barato. Temos informação que o caqui não é orgânico mas precisamos averiguar.

4. Canais de distribuição. Além da Rede Ecológica, das Feiras agroecológicas e orgânicas novas formas de comercialização foram abertas pela Força Tarefa. Por iniciativa da Ana Paula vários integrantes da Pastoral do Ambiente em Campo Grande se organizaram em compras coletivas. A Lara Ângelo organizou uma lista no Comidas da Gente. O Instituto Maniva comprou 4 caixas e está encomendando mais três durante essa semana. Pedimos ajuda para quantificar essa abertura de novos mercados solidários.

5. Processamento. A criatividade pós colheita foi bastante desenvolvida. Fizemos uma oficina culinária em meio à roça de caqui do Seu Tiago em Rio da Prata. Várias propostas de geleias interagiam com algum ingrediente inovador – limão galego, limão siciliano, redução de hibisco, cardamomo. Os ecochefs desenvolveram novas receitas. Ana e Marcelo do Centro de Educação Multicultural (CEM) fizeram boas experiências de congelamento, o que nos parece mais eficaz. Algumas formas de aproveitamento do caqui já estavam em circulação, como o caqui passa da Agroprata, o vinagre de caqui criado pela Sampaia do Rosário e atualmente produzido pela Lia, as duas de Rio da Prata.

6. Comunicaqui
Desenvolvemos um diálogo com vários profissionais de comunicação ligados à pós graduação em Jornalismo e Gastronomia coordenada pela Juliana Dias. Vamos desenvolver essa frente e pedimos também ajuda para organizar as matérias divulgadas. Em breve damos notícias. No entanto, concluímos que é grande o desafio da comunicação oral interna ao Maciço da Pedra Branca. A comunicação comunitária é outro subitem necessário. É importante distinguir os segmentos que se quer alcançar e relacionar com os meios disponíveis e viáveis.

Agradecemos a Rede Ecológica pela presença e integração na Força Tarefa do Caqui. Convidamos para que cestantes continuem essa atividade em nossa oficina de sistematização.

Em caso de dúvidas entrar em contato com Silvia Baptista, no e-mail s2baptista@gmail.com.