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Relato do Encontro Campo e Cidade se Dando as Mãos (2a. Parte)

(continuação do relato)

“O segundo grupo que apresentou sua avaliação foi a comissão de cozinha, colocando o relato abaixo:
Foram mencionados primeira e resumidamente os objetivos das Oficinas como sendo complementares à formação de consumidores e grupos de consumo para compra diretas de produtores agroecologicos, estreitando as relações entre campo e cidade; incentivar uma reflexão sobre as relações entre comida, saúde e sustentabilidade; trocar experiências e buscar alternativas de receitas e composição de cardápios na alimentação cotidiana, que sejam gostosos, que tenham preços acessíveis e sejam bons tanto para a saúde das pessoas quanto ao meio ambiente, que fortaleçam a agricultura familiar e a biodiversidade; inverter a lógica da receita: pensar no cardápio e a receita a partir dos alimentos disponíveis (na compra coletiva, na horta, na geladeira) ; pensar no seu formato, com duração de 6 a 7 horas, realizando uma colheita (quando houver quintal); decidir coletivamente o cardápio e as receitas a serem feitas com os ingredientes disponíveis ; preparação coletiva do almoço; focar o almoço,apresentando rapidamente os pratos feitos e realizando uma conversa final com avaliação das receitas, das trocas e continuidade.
Já foram feitas 3 Oficinas: a 1ª. e 2ª. foram feitas no CAC – Centro de Atividades Comunitárias, em Coelho da Roxa e 3ª. foi feita na Rede Fitovida em Belford Roxo. O que se sentiu foi que houve variação nas oficinas. A ideia original era que as famílias do local participassem. As duas primeiras feitas no CAC viu-se que as pessoas do local mesmo não compareceram. Apenas duas ou 3 que souberam na hora. A maioria das participantes foi de pessoas envolvidas no programa que vinham de outros lugares.
A 3ª. Oficina, na Rede Fitovida também não teve adesão das pessoas de lá. Com este resultado do baixo comparecimento das pessoas do local, avaliou-se que não vale a pena repetir as oficinas no mesmo local, a menos que se justifique por um movimento grande local. Mais proveitoso é circular a oficina na baixada porque está sendo enriquecedor a familiarização com quem recebe a oficina.
No CAC foi estimulante conhecer o interessante trabalho feito naquele espaço e as possibilidades que existem lá, e na Rede Fitovida ver como eles trabalham e atuam na região. A próxima cozinha pensou-se em fazer no CEM – Centro de Educação Multicultural – na Penha, com a idéia de também conhecer seu quintal e a produção de carne de jaca verde que está sendo processada lá e vendida congelada. Essa jaca foi usada em duas oficinas.
As Oficinas também tem sido interessantes para a Rede Ecológica pela troca entre seus núcleos: de receitas e de incentivo a usar outros alimentos. Daí pensou-se num desdobramento da Oficina para dentro da Rede porque o Programa Campo e Cidade foi pensado para fora da Rede mas viu-se que também tem ajudado a própria Rede a se repensar porque tem havido mais trocas, mobilização e dinamização de trabalho voluntário. Está conseguindo dinamizar a comissão de acompanhamento dos secos, e dos frescos.mensais.
A Oficina também aborda outros temas como a discussão sobre data de validade porque muita gente joga alimentos fora e não precisa ser assim. Importante avaliar melhor se a comida está boa ou não. A ideia também é aproveitar as Oficinas para discussões em torno dela.
Nos locais em que se começou o trabalho e que tenham interesse em continuar, pensou-se em fazer um trabalho direcionado. No caso do CAC, viu-se que o formato de Oficina ser no sábado e o dia inteiro não é adequado. A ideia então seria pensar numa proposta de repensar a alimentação dentro dos trabalhos que eles já fazem com as crianças. Já existe um trabalho de tentar aproximar os pais ao programa mas ainda é muito lento, talvez começando fazer com as criança um trabalho mais efetivo com pequenas hortas. Recentemente a Rede participou da festa junina onde preparou um caldo de aipim com um tipo de Panc (bredo) colhido pelas crianças (a 2ª. Oficina no CAC foi especifica sobre Pancs com o objetivo de incentivar as pessoas que tem estas plantas em casa a aproveitá-las ou pegar o que tem na rua, na praça …)
Adriana, da diretoria do CAC, colocou que o trabalho precisa ser construído aos poucos e que não vê nas falas das pessoas a preocupação com o orgânico, veneno, alimentação sem agrotóxico…, a questão do preço mais baixo ainda pesa muito. Será um espaço para se levantar a reflexão sobre essas questões.
A Ação da Cidadania procurou a Rede mas avaliou-se que não valeria a pena pensar uma Oficina para lá.
A avaliação até o presente momento é de que as Oficinas são muito boas pelas conversas, especialmente nos momentos iniciais e finais, e trocas sobre a possibilidade de ter o grupo de consumo da proposta do Campo e Cidade. Elas estão ajudando mais a fazer parcerias, conhecer os trabalhos que estão acontecendo e se apoiar mutuamente, porém, a idéia original que se seria de trazer as famílias para formar o grupo de compras ainda efetivamente não aconteceu.”