De Juliana Malerba (Santa) e Miriam Langenbach (Urca):
“Na última reunião do núcleo Santa Teresa surgiu a proposta de organizar uma visita aos produtores do Brejal, fornecedores de produtos frescos à Rede.
Enquanto dialogávamos sobre a possibilidade de organizarmos essa visita e afinávamos o seu caráter e sua logística, recebemos a notícia de que a Biohortas, que sempre fez a ponte da Rede com os produtores do Brejal, irá se transformar em uma Organização de Controle Social, contando com a participação da Rede na constituição dessa nova estrutura. A organização de controle social é uma proposta ligada a certificação de produtos. Existem 3 formatos de certificação: a certificação por auditoria (em que um técnico de organização externa visita e avalia a propriedade), por avaliação de conformidade (sistema participativo de garantia – SPG) e finalmente a organização de controle social (OCS). Este terceiro formato é o que tem relativamente menos controle e exigências. Está diretamente ligado ao Ministério de Agricultura (MAPA), onde este grupo é cadastrado, e pode apenas fazer vendas diretas (feiras, entregas em domicilio, grupos de consumo), não recebendo o selo, que abre para um comércio mais amplo. Do ponto de vista da Rede Ecológica é um formato interessante, e o fato de termos sido convidados para participar enquanto consumidores desta construção, algo muito positivo.
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Felizmente temos um núcleo de consumidores em Itaipava, pequeno até o momento, mas que conta com Denise Gonçalves, Julia, Maize e Tomaz , que acrescido de Juliana Malerba no Rio de Janeiro poderá auxiliar muito neste processo.
Achamos importante situar que a Biohortas já nos abastece há muitos anos, e nestes últimos 2 anos tínhamos algumas questões relacionadas a virem relativamente pouca variedade de produtos, e produtos as vezes em condições que não eram boas . Além disto, ao ser uma microempresa, não se encaixava dentro de nossa perspectiva de compra direta. Isto foi algo sempre relativizado, na medida em que o fundador da Biohortas foi um dos dois iniciadores da Coonatura, considerada a mãe de nossa proposta. Paulo é uma figura histórica na agricultura orgânica do estado do Rio de Janeiro, q sempre foi muito solidário com as necessidades da Rede Ecológica, nos trazendo tranquilidade no abastecimento ao longo de muitos anos.
A dissolução da Biohortas em prol de uma organização dos agricultores também demonstra uma postura importante por parte de Paulo, no sentido do empoderamento dos agricultores. É importante que se acompanhe bem este momento, já que é uma oportunidade de retomar em novas bases, mais diretas, junto aos produtores. A ideia é se fazer uma reunião com os produtores, também com a presença de Paulo Aguinaga, para se esclarecer bem esta passagem, e planejar-se juntos uma nova forma de funcionamento na interação com a Rede Ecológica. Muito importante vai ser a presença de Lucia Helena Almeida, a agrônoma que tem nos auxiliado muito. Esta primeira visita será feita por este grupo anteriormente citado, que vai ter uma interação permanente.
A ideia é posteriormente programar visitas a sítios, e estas poderiam ter a presença de outros consumidores, e o núcleo de Santa Teresa poderia se organizar para uma destas visitas.”