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novos caminhos trilhados pelo Consea Rio

De Monica Chiffoleau (Vargem Grande) (ConseaRio):
“Parte do trabalho coordenado pela Rede Ecológica na Câmara Temática Permanente 1 do Consea Rio, tem tido como foco apoiar a luta pela visibilidade da agricultura na cidade. Éste trabalho se iniciou no ano de 2011 com um mapeamento das iniciativas de segurança alimentar e educação alimentar na cidade, que incluíam, agricultura, hortas, organizações de apoio e pesquisa e inciativas de culinária.

Durante a gestão passada, os participantes da CPT1, tiveram uma reunião com a advogada Ana Carolina da ONG Terra de Direitos, com o objetivo de solicitar orientações com relação a uma exposição de motivos que a Câmara tinha elaborado, a partir das demandas da Rede Carioca da Agricultura Urbana, sobre as restrições antepostas ao acesso dos agricultores familiares e empreendedores familiares rurais do município do Rio de Janeiro aos benefícios das políticas públicas a eles voltadas. Em boa parte os impedimentos se concentravam nas dificuldades para obtenção da Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP), com o argumento de que o Plano Diretor do Município não considerar a área agrícola, como se esta não existisse na cidade.

Como o plano diretor é 100% urbano, isto leva que índices como o do IBGE subdimensionem a agricultura no município. ana questionou se o plano diretor era a única forma de viabilizar e visibilizar a agricultura. ela enfatizou a necessidade de se mostrar o que está acontecendo, de outra forma.

A advogada indicou que um dos caminhos que estão sendo utilizados em locais com grandes conflitos como Xingu/ Amazonas/ nordeste é a Cartografia social. Ela indicou que no município, a cartografia poderia ser feita com a visão da agroecologia, mapeando as experiências de produção e as resistências (experiências de culinária, hortas, redes de consumo etc.).

De acordo com a recomendação da Ana Carolina, uma vez que a cartografia social é feita, há dois caminhos que podem ser seguidos: pedir uma audiência pública para apresentá-la ou fazer um evento para incluir o tema como uma questão política.
A partir desse momento a Cartografia social se converteu em um sonho, um objetivo da CPT1,:conselheiros e parceiros tem se empenhado em fazer deste projeto uma realidade. Este ano a solicitação para a elaboração da cartografia social foi apresentada e aprovada pela plenária do Consea- Rio.

A metodologia utilizada para este projeto será a dos mapeamentos coletivos e participativos: serão realizadas quatro oficinas, uma oficina para cada um dos Territórios Agroecológicos e de Segurança Alimentar:
· Maciço da Pedra Branca – vertente Jacarepaguá / Vargens
· Maciço da Pedra Branca – vertente Campo Grande / Bangu;
· Baixada da Baía de Sepetiba – Guaratiba
· Serra da Misericórdia / Baixada da Baía de Guanabara.
Nas oficinas, pode-se partir de representações hegemônicas sobre a cartografia oficial. Durante o processo de intercâmbio de saberes deve ser construído um olhar territorial crítico, baseado nas diversas opiniões e conhecimentos compartilhados, abordando os aspectos invisibilizados e/ou de difícil representação.

Um termo de referência foi elaborado pela CPT1. Neste momento estamos aguardando a publicação do edital no Diário Oficial para que uma organização seja selecionada para prestar este serviço.”