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A regionalização se inicia na assembléia da Rede Ecológica (1a parte)

Ontem tivemos nossa primeira assembléia voltada para a regionalização. foi um encontro muito harmonioso, em que avançamos bastante. Estavam todos os nucleos e regiões, menos Nova Iguaçu, num total de 33 pessoas. Foi muito animador ver representações com 2, 3, 4 pessoas de regiões bem distantes, de dificil acesso. .As comidinhas como sempre fizeram parte, revelando muitos talentos. Abaixo o relato elaborado por Silvia Batista (Vargem Grande) com colaboração de Miriam Langenbach (Urca).

A assembléia aconteceu numa sala da Nau(Núcleo de Arte da Urca)historicamente o primeiro nucleo da Rede, e que sempre contou com o apoio deste escola. Aconteceu em 28/2/2016, com um total de 33 pessoas presentes. A única ausência de nucleo e região foi a de Nova Iguaçu.

Núcleos e pessoas presentes:

Botafogo: Renata Aderne, Nuno … e Fernanda Araujo

Campo Grande: Ana Paula Rodrigues, Irma Bello,Pedro Paulo Bello e Catarina

Freguesia: Annelise Fernandez, Mariana Lins, Gustavo Galdino e Vania Bastos

Itaipava : Denise Gonçalves e Julia Eleana

Humaitá: Brigida Ruchleimer, Eva Ferreira e Tânia Franco

Niterói: Rosangela Laranja (Aline, da comissão gestora justificou ausência por doença) Santa Tereza: Antonia Rodrigues, Julie Terzian, Paloma Medina, Sandra Kokudai, Julia Stadler, Ruth Freihof

Teresópolis: Silvana Pedroni e Eleonora Vicente

Urca:Miriam Langenbach, Paula Vasconcellos e Solange Braga

Vargem Grande: David Henderson, Silvia Baptista e Thayana Faskomy

Vila Isabel Ligia Bensadon e Rafael Carvalho.

O primeiro momento foi de rápidas apresentações. A seguir:

1. Notícias de cada região em processo de regionalização:

a)região serrana: Itaipava – Denise relata que a compra foi feita em separado da Aecia e Cézaro junto com Teresópolis, até para cumprir o mínimo exigido pelos dois produtores. Foi um super aprendizado. Viram que a Aecia tinha vários outros produtos, inclusive sucos de uva, de modo que abriram mão dos sucos e vinhos Cézaro e compraram o suco de uva da Aecia, entre outros.

O whatsupp ajudou muito, agilizou o processo.

Conseguiram a Apa onde já acontece a entrega para o nucleo, se disponiblizando para a armazenagem dos produtos, contando com todo o apoio da direção.

Denise destacou a grande contribuição que foi a antecipação do pagamento desta primeira compra pela Rede Ecológica, a partir da decisão da comissão de finanças. A partir da segunda compra não há mais a exigência de pagamento antecipado, então não será mais necessária.

Em Itaipava já fazem compras paralelas de outros produtores, com uma lista paralela, cada uma sendo gerida por um (a) voluntário (a). Este procedimento tem a ver com a preocupação com a descentralização. Fizeram a mesma coisa para estes 2 produtores, ficou combinado que quem cuida do pedido, cuide também do pagamento. No dia da entrega, cada produto vai ser pago para esta pessoa que consequentemente fará o pagamento para o fornecedor. Sempre pensam em uma estrutura mais leve, que não exija uma certa conta bancária centralizada, vista como bastante pesada, trabalhosa para algumas pessoas em especial.

Estão em uma região produtora e como o nucleo, através de Denise, tem um envolvimento com a Economia Solidária encontra com produtores e se estabelecem novas relações de produção-consumo. Identificam inclusive produtos temporários. Por exemplo, a agricultora ou o produtor tem durante um ou dois meses, a disponibilidade de algum produto. Deu como exemplo, o feijão, o açúcar mascavo. Ajuda a inserir quem não tem certificação.

Eles já compram há um tempo manteiga, iogurte, coalhada, queijo de um queijeiro de Bemposta muito apaixonado por esta proposta, que ainda não está de acordo com todas as exigências, mas se interessa, e o nucleo está ajudando neste processo. É complicado porque muitos dos que produzem não são donos da terra, o que dificulta a mudança em relçaõ a pastagem.

Compram – agora no momento está suspenso – massas de um grupo de uma comunidade, na qual uma ONG auxilia a mesma a organizar suas mulheres e crianças. O grupo passou a se associar à Rede Ecológica, comprando os ingredientes para fazer o macarrão. Agora lhes falta uma maquininha que dê uma aparência melhor ao macarrão que produzem. Estão em processo.

Compram da Aprucare o queijo já há anos, antes de se tornarem nucleo, a partir de sua inserção como Slow Food. Pensam em comprar seus produtos diretamente em breve, seria o próximo passo.

Estão também em contato com um produtor de shitake no vale das Videiras.

E compram também produtos dos produtores de Teresópolis.

Fizeram o pedido de forma manual, através de planilha Excel, mas sentem falta de organizar isto melhor já que são vários produtores paralelos.

Julia Stadler informa que Aline Almeida já está estudando de como manter os núcleos descentralizados utilizando o mesmo sistema. Descentralizar tudo o que faz sentido e manter o servidor com os dados desta região.

Ainda da região serrana, Silvana fala da situação de Teresópolis, predominantemente integrada por produtores da feira e da AATT. Avalia que tiveram uma avalanche de consumidores recentemente, pessoas ainda não informadas,desesperadas por consumir melhor, e eventualmente a situação fica bem intensa.

Ficou acompanhando o Comida da Gente, um fenômeno . Uma pessoa verticaliza, e são 500 listas abertas ao mesmo tempo. Há algumas ligações entre este grupo e a nossa experiência, mas são bem diferentes.

Estão percebendo a necessidade de dar uma organização maior ao grupo.

b) Rosangela fala de Niterói: fala do susto que foi, até porque em reunião anterior, a partir de seu entendimento que a regionalização teria a ver com os produtos frescos locais, o grupo tinha começado a se organizar para fazer a compra destes frescos. Entenderam que este pedido em relação aos produtos secos teria a ver com descentralização e não regionalização. Foi esclarecido que o sentido de regionalização é de fortalecer e independentizar as regiões, em todas suas compras e ações.

O nucleo de Niterói se reuniu, e como tiveram muitas duvidas, resolveram não fazer os pedidos Aecia e Cezaro, buscando aprender a partir da experiência dos outros. Ainda assim alguns que estavam na reunião pediram estes produtos no sistema. Se tendeu a não cancelar, mas isto significa que terão que ir no dia do mutirão retirar estes produtos no depósito. Foi sugerido que os pedidos deveriam ser distribuídos por todos do nucleo.

O nucleo já faz compras coletivas de outros produtores: manteiga, iogurte vem da Nata da serra. Compram também eventualmente do Comida da Gente. E também na feira do Campo de São Bento

O local de entrega, que aparentemente seria mais difícil, resolveram rápido pois um associado que reside perto do núcleo, cedeu o espaço. Neste processo de estudar a regionalização a partir do acesso aos frescos, os cestantes de Niterói foram à Feira Orgânica do Campo de São Bento) conhecer os produtores. Isto aconteceu há cerca de um ano e meio, quando a Rede começou a falar de regionalização,´momento em que fizeram este levantamento. Um dia choveu tanto que a feira só tinha dois produtores e identificaram esta fragilidade.

Neste meio tempo surgiu o cultivo em quintais produtivos, em regime de cooperação. Os quintais tem sua própria organização. São oito quintais surgidos no ano de 2015, especialmente a partir do 2º semestre . Renato está com um terreno em Areal, com produção e também uma pequena área em Niterói. Nestes quintais estão associados da Rede, ex-associados da Rede e pessoas de fora da Rede. Elas tem quintais, e as pessoas auxiliam no processo .

Nesta reunião há poucas semanas sobre a regionalização, pensaram em iniciar a regionalização com a colheita dos quintais.

Já fizeram uma entrega. Tinha abóbora, coco, manga, acerola, ora-pro-nobis. Lançaram uma planilha no google drive. O que sobrou, que não foi encomendado, foi vendido na hora.

Estão preparando um relato completo do processo dos quintais produtivos para a carta semanal, já que esta iniciativa é muito importante e até agora não foi apresentada.

Nuno, que estuda regionalização no IPPUR, chamou a atenção para o que está mais em evidencia no processo da regionalização nossa, é o peso da logística. Chama a atenção para as questões identitárias, como fundamentais. Miriam assinala que estas questões serão vistas no 2º ponto da pauta.

Nuno chama atenção para as diferenças entre núcleos e regiões, sendo algumas regiões produtoras como Teresópolis e outras mais de consumidores. Fala então da necessidade de complementaridade da Rede . Assinala que a região com maior presença dos consumidores domina mais a questão informática. Sugere assembleias em que os produtores estejam mais presentes.

c) zona oeste: Vargem Grande :Thayana começa falando de uma experiência da Cesta Verde e cita os produtos locais . Agrega agricultores. Comenta sobre o processo de compra Aecia e Cezaro. Sabia que algumas pessoas pediriam na lista habitual.

Já tem nome de duas pessoas que vão cuidar da logística. Tem David que ficou responsável da compra, e relatou que houve uma certa complicação. A Aecia ainda não enviou a fatura. Estão usando o CNPJ da Agrovargem. Tem vários mistérios acontecendo e acha que dependemos de milagres. Annelise observa que terão um custo maior, em função da necessidade do transporte para os nucleos. Isto ficou esclarecido no final da assembléia, quando foi visto que a mensalidade destes grupos cobre este tipo de gasto.

Campo Grande: Ana Paula destaca o susto necessário mas que acabou repercutindo: ”A gente tem certeza que quer continuar fazendo um circuito curto de consumo. De fato se fez quase um milagre tanto para ter um espaço como para conseguir o espaço. Está sendo muito difícil este entendimento que cada um precisa pegar um “pedaço”. Não se trata apenas de comer bem. Trata-se de um grupo que milita… As pessoas viram que é possível e, neste sentido, trouxe uma animação.”

Sílvia descreve a Cesta Verde .Por parte de Vargem Grande falou do antigo desejo de ter uma feira no bairro, que foi adiada em função do surgimento da feira da Freguesia. Por um lado a feira da Freguesia teve um momento de baixa, e assim surgiu a idéia de se comprar diretamente destes produtores, quando surgiu a cesta verde.

Por outro lado, o adiamento da feira de Vargem Grande levando a que outras pessoas tendessem a ocupar esta proposta, o que não seria positivo para este grupo. Daí a cesta verde se iniciou, organizando compras dos produtores da Freguesia, e ao mesmo tempo está se tentando implantar neste ano uma feira agroecológica em Vargem Grande.

Silvia comentou ainda a desmarcação da reunião dos 3 nucleos, que aconteceria no dia 24, há poucos dias, que caiu no mesmo dia em que foi derrubada a associação de moradores da Vila Autódromo e se achou que seria muito negativo manter esta reunião e não prestar solidariedade a este grupo, que resiste bravamente há anos. Foi importante ver que pessoas do nucleo se solidarizaram com o mutirão de presença em vila autódromo, e isto mostra o movimento social acontecendo.

Annelise da Freguesia trouxe a preocupação com o aumento de custos, que o transporte local destes 2 produtos acarreta. Foi esclarecido que a mensalidade cobre este aumento de custos. (continua na próxima carta)