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O Relato do 17º Aniversário da Rede Ecológica

No dia 25 de novembro, na Casa Anitcha, estivemos em 35 pessoas. O primeiro momento foi de balanço dos núcleos presentes, e encaminhamentos para o ano de 2019.
Renata Lara, da Casa Anitcha propôs uma dança de chegada e descontração.

Núcleo da Urca comentou que tem se desenvolvido muito, nos últimos 2 anos, com uma boa participação e organização, atualmente. O quese deve em grande medida às reuniões mensais, no sábado anterior à entrega de secos. Das propostas para 2019 o Núcleo destacou:

  1. nos organizarmos para fortalecer um trabalho de apoio à uma rede internacional de apoio ao MST. A ONG francesa AMAR tem sido uma parceira importante e ágil em acionar suas associações na região da Bretagne. Importante ampliar isto para Alemanha, Espanha e, também, para os Estados Unidos. Importante que precisaremos de várias pessoas para ajudar : em realidade se criou posteriormente uma pequena comissão integrada por Albina, Tânia Franco, Miriam Langenbach e Julianna Malerba (ex-associada, que mora fora do Rio atualmente) que estão iniciando este processo. Importante termos mais pessoas  para tradução de materiais para o inglês, alemão e espanhol e para fazer a articulações.
  2. assumirmos mais fortemente, na compra, a adesão aos produtos do MST, especialmente itens como o arroz, suco de uva, etc. Mas também produtos frescos como hortaliças que o assentamento Roseli Nunes, por exemplo, está começando a produzir. Para isto conversaremos com os produtores que nos atendem no sentido de que haveria uma substituição pelo menos em certos momentos.
  3. visitarmos sistematicamente um de nossos assentamentos, especialmente o Coopaterra como uma maneira de marcar presença e aumentar o entendimento dos consumidores de quem eles são e o que vivem, de bom e de difícil. A proposta é que a cada mês um núcleo assuma a visita, mas haveria uma pequena comissão que faria a articulação entre os núcleos e o assentamento, enfatizando seus objetivos. No ínterim já formou-se uma comissão integrada por Marcos Lima (Humaitá), Ligia Mefano e Sueli Faria (Urca) e Beth Bessa (Grajaú);
  4. os consumidores entenderem que o Programa Campo e Cidade se dando as mãos na baixada fluminense é algo muito importante também para estes assentamentos (vide o processo de confecção de equipamentos agrícolas). E nele o fundo rotativo ir se organizando de uma forma mais forte. Isto também significa que é importante os consumidores colaborarem  financeiramente para este programa na compra mensal. E mais gente vir ajudar no processo.
  5. Almoços mensais, p.ex. no último domingo de cada mês, como momento de encontro de pessoas da Rede. Não importa se são poucas pessoas, é uma oportunidade de se encontrar e conversar e comer comidinha boa.
  6. mudarmos nossas redes de zap par signal, pelo menos os nossos grupos. é uma resposta ao comportamento do zap;
  7. apoiar a agricultura urbana, especialmente a Rede CAU – Rede Carioca de Agricultura Urbana neste próximo ano, como uma alternativa muito importante para apoiarmos e realizarmos. Entender melhor a Rede Carioca de Agricultura Urbana e suas muitas conquistas é muito importante. Quem sabe em breve termos uma edição extraordinária da carta em que a agricultura urbana e a Rede Carioca são abordadas.

Núcleo Campo Grande:
Ainda sobre a Rede Carioca de agricultura Urbana, o Núcleo esclarece que a Rede CAU vai fazer 10 anos em 2019 e é um movimento que reúne agricultores, processadores, universidade. Um dos desafios é politizar as ações, atuar nas políticas públicas. Importante reforçar a compreensão de que o comer é um ato político. Estão divididos em grupo de mulheres, de jovens, em um sistema participativo, a governança está ao cargo da Fundação Oswaldo Cruz e AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia). 2 vezes ao ano a Rede Carioca se reúne.Trazendo mais para o núcleo:

  1. Daniel e Juliana vão acompanhar, como representantes da Rede Ecológica, a Rede CAU, fomentando a troca de informações entre os 2 movimentos;
  2. Mostrou como o grupo tem trabalhado sobre o entendimento por parte dos consumidores das características da Rede Ecológica, especialmente no que se refere à participação. Foram pensando caminhos, e focalizaram em uma acolhida enfática sobre a importância da participação de cada associado, em sintonia com o que as pessoas gostam de fazer;
  3. Destacou a importância da comunicação, do conversar por telefone, do dirigir-se diretamente, mas destacando a presença de princípios que definem a proposta.
  4. Chamou atenção para  o risco de que as visitas aos Assentamentos, sugeridas pelo Núcleo da Urca não  se transformem em “visitas ao jardim zoológico”, enfatizando o pitoresco ao invés de captar o recado da vida dos produtores, suas dificuldades, as enormes perdas de produtos todos os anos, como pensar melhor o processamento, etc.

Núcleo Grajaú:

  1. destacou ter havido poucas reuniões, as pessoas não se conhecerem, nem interagem;
  2. trouxe a participação do núcleo, na reformulação da Carta Semanal;
  3. propõe  que  as visitas aos produtores saiam na Carta, com as falas dos produtores;
  4. destacaram a participação na feira do Desapegue-se, momento bom de apresentar a Rede e seus princípios;
  5. Milca destacou problemas também na comunicação, muita gente só compra e são os mesmos que participam.

Núcleo Nova Iguaçu:

  1. relata que há alguns com consciência da importância da participação  e vários cestantes que estão apenas comprando.
  2. começaram a organizar uma vivencia no sitio da Flora, pretendem ir ao João Pimenta e também ao Zé de Japeri que os abastecem de frescos quinzenalmente e cuja compra iniciaram recentemente. Um fato significativo, já que existem como núcleo há 4 anos.
  3. a proposta é de visita e não de mutirão de mexer na terra.
  4. mudaram o horário, de manhã para tarde, de modo mais concentrado.
  5. a idéia é que entre estes 3 núcleos (Nova Iguaçu, Caxias e São João do Miriti) surja um espírito e ação em rede, o que vai ser importante para a criação de outros núcleos na região. Um impedimento para que isto aconteça é a distancia, a locomoção não é fácil.

Núcleo de Caxias: 

  1. dá noticias de Mariana freire, outra animadora do grupo, que teve nenê. O núcleo neste momento esfriou um pouco. As pessoas que estavam apenas pelo consumo saíram, assustaram-se com a exigência do mutirão. Outro desafio é conseguir os produtores, ultimamente perderam alguns. Estão tentando avançar e também se abastecer independentemente com os secos.
  2. Reforça também que a locomoção não é fácil, falta transporte, os produtores sofrem muito com isto. As estradas são muito ruins. Isto é reforçado por Suelen e seu marido, produtores presentes.

Núcleo São João de Meriti apresentado por Lucimar:

  1. mostra que a porta de entrada foi o CAC, escola comunitária. Várias das primeiras pessoas só queriam comprar e desistiram. O grupo reduziu muito, pensaram em fundir com Caxias mas agora algumas pessoas entraram, estão em retomada.

Núcleo Santa Teresa:

  1. Falou da importância de almoços no núcleo ou entre núcleos.
  2. Importância de fortalecer a entrega semanal. E também ter mais atuação no bairro.
  3. Sandra K. fala como a Rede chamou a atenção, a partir da visita ao Coopaterra, à precariedade das habitações rurais, debate que não existe na arquitetura, que se centra na cidade.
    Como Sandra é arquiteta, encaminhou um projeto junto ao Conselho de Arquitetura, em que se pensou no MST e na construção de uma escola de formação.

Núcleo Humaitá:

  1. Sol Libman, trouxe o mutirão que fica muito a cargo do Humaitá. Acha que avançou muito este ano. Elogiou Caxias que organizou seu primeiro mutirão. Tanto a organização do mutirão quanto os reaproveitáveis estão mais estruturados. Sol percebeu que o contato direto, mobilizando as pessoas tem um papel relevante.
  2. O Humaitá como núcleo viveu a fusão com Botafogo, o que gerou novo momento, mas foi positivo. Vê a comunicação como ponto central.
  3. É vista a situação política como algo que tem que ter espaço também e tem tido no núcleo. As importância das pessoas terem informações.

Núcleo Niterói:

  1.  Ligia: o núcleo se reduziu, não desenvolve mais o trabalho que fazia junto a escola Aurelino Leal. De semanal passou a quinzenal. Tentaram a regionalização, entraram em contato com muitos agricultores próximos, mas o pedido era pequeno para valer a pena;
  2. O núcleo tem dificuldade no engajamento, há distancia física e política. Parte do grupo está envolvido numa escola Waldort, tem gente com o Slow food, com o Psol. Fazem sua entrega independente (já que passaram a quinzenal) num espaço de um associado que traz bananas e tem também outros produtos, com almoço. Mas não tem o mesmo engajamento da Rede;
  3. De 15 pessoas, 4 se envolvem. O núcleo precisa reunir mais.

A seguir houve o almoço, sempre muito farto,variado e gostoso, com muita interação das pessoas. Voltamos a tarde para ouvir mais o MST, tendo vindo Eró Silva, do MST, da coordenação estadual e os produtores do Assentamento Terra Prometida COOPATERRA.

Cosme do COOPATERRA iniciou: para entender o MST na Rede tem que saber onde a história começou. O ITERJ – Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (órgão ao qual o assentamento está inserido) rachou o assentamento. Na época a Rede chegou com uma visita, que reuniu as pessoas dos vários grupos. A desconfiança era grande
O mundo dos orgânicos certificados , da ABIO-Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de janeiro, os clientes são as empresas (Korin, Dannone). A questão da confiança é pouco entendida.

O assentamento é rodeado por areais: não tem estrada, luz, água. Estão entre o rio Iguaçu e os areais. O areal tinha pego certos lotes, mas o assentamento pegou os lotes de volta e chamou outros assentados para ocupa-los.

Eles tem muitos problemas de comunicação, isto fica forte no pedido. Falou da necessidade de visitas, mesmo que sejam poucas pessoas. As brigas internas são grandes dentro do assentamento.

Estavam presentes:

Suelen (produtora) marido e nenen, Mariana silva (Caxias)
Katia Soares (Nova Iguaçu)
Bruss ,Ligia Mefano e Miriam Langenbach (Urca)
Dora, Lucimar (são João )
Milca Colombo, Beth Bessa, Flavia Salgado, Renata Lara, Carlito Campos, Albina Cusmanich Ayala (Grajaú)
Ligia Bensadon (Niterói)
Sandra Kokudai, Bibi cintrão, Ruth Freihof e João Candido (Santa)
Ana Paula Rodrigues, Lelia e Célia (Campo Grande)
Tania Franco, Inês e Rodrigo Bartolo com seus dois filhos, Haydee e marido com filho, Marcos Lima, Sol Libman (Humaitá)
Apenas Vargem Grande não teve representação

Produtores do MST
Eró Silva, da direção estadual do MST
Cosme, Tio Zinho e mais duas produtoras da COOPATERRA