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Relato do aniversário de 17 anos da Rede – 2ª. Parte

Dando continuidade ao relato divulgado na carta de 14/12/18, apresentamos a parte final da fala dos integrantes do MST:

MST

Eró, da coordenação estadual do MST historiou a relação com a Rede Ecológica com o MST: Antes do Terra Prometida vieram em reuniões da Rede Ecológica, tendo a interação se intensificado a partir da 1ª. Edição da Feira da Reforma Agrária, que se chama Cícero Guedes, um precursor da organização das feiras que foi assassinado. Destaca que a Rede foi fundamental para a organização da Coopaterra.

A Rede estava na recente roda de conversa de um ano da Terra Crioula, tendo estado presente também o MPA. A logística, e também a comunicação apareceram como obstáculos a serem melhor resolvidos.Outro assunto foram os processados e os entraves em função da legislação. As barreiras são muitas, com destaque à questão sanitária. Eles precisam de assessoria técnica para a legislação em relação aos produtos beneficiados.

Lá tem grande dificuldade com a infraestrutura dos assentados: água, luz, estradas, tudo é precário. Estão, ao mesmo tempo, perto e longe da cidade.

Apresentou como estão organizados no estado do Rio: na região norte estão em Campos, São João da Barra, Cardoso Moreira, e São Francisco. Os produtos para virem de lá tem uma logística complexa.Em Campos participam de feiras, na UENF, da qual Cícero Guedes foi um dos precursores. O grupo é pequeno, acontece nas sextas, com 6 ou 7 produtores.

Muitos assentados vendem para o Ceasa em Campos. Tinham várias feiras locais, atualmente tem poucas. Vem para a feira estadual da Reforma Agrária, mas não conseguem trazer produtos à cesta do Terra Crioula ainda. Chiquinho vem de bicicleta para trazer para a cesta.

Na região dos Lagos (Macaé, Casimiro e Silva Jardim) há um assentamento PDS, que está no foco do sustentável. Recentemente a ponte de acesso caiu e não estão acessíveis. Estão pensando a moradia e no autoconsumo.

Em Maricá tem experiência de unidade agroecológica do MST (Manu Manuela), que abastece a merenda escolar. A Prefeitura fez edital convocando urbanos que queiram produzir no entorno da unidade agroecológica. Alguns moradores do Minha Casa Minha Vida já estão plantando.

Querem levar a experiência de um ano e meio de Manu Manuela para o assentamento. Esta é uma experiência com assistência técnica.

Na baixada fluminense há a feira Padre Geraldo, que também tem cestas da reforma agrária, aos sábados em Caxias.

A região sul tem 4 assentamentos. O que está mais próximo é o Roseli Nunes, que entrega em Seropédica e também em Volta Redonda.

No centro da cidade tem a Terra Crioula, que entregam cestas há 7 meses com produtos do Roseli, das mulheres. Ele está no espaço do mandato do vereador Renato Cinco, quinzenalmente. As cestas foram aproximadamente 29 no período das eleições e pós-eleições. Foi muito importante para o encontro das pessoas.

Há 2 meses surgiu o Armazém do Campo e ele precisa ser fortalecido. O Armazém tem um dia de feira. O armazém é muito fiscalizado.

Para o ano de 2019 querem aglutinar o Armazém e Terra Crioula. Precisam resolver a questão logística. A compra do Armazém vem sendo articulada com parceiros. O arroz vem por Maricá. A coleta dos produtos na região sul é difícil, o telefone não pega. Como ter telefone rural? Como manter os militantes? Vários assentados não querem ir à feira, outros sim.

Em 2019 estão planejando o que chamam resistência ativa. A prioridade é o entorno do assentamento. Tem que dar visibilidade local. Haver feiras locais. A feira Regional da região sul. Perspectiva de avançar para Niterói, lá já tem 10 pessoas.

Estão vendo escola que querem construir com características agroecológicas, em Macaé, numa área próxima ao Oswaldo de Oliveira. Estão discutindo uma máquina para tijolos, que seja sustentável, a escola seria um espaço de formação, também para a técnica de construção de tijolos.

Abordou a questão das igrejas que tem nos assentamentos. Muita gente é evangélica. Tem que se ver como atuar nesta área. Importante discutir religião, religiosidade e fé.

Fala da feira estadual, que começará a ser montada no dia 9. Vai ser muito importante dar visibilidade á ela. Vai ter muitas atividades.

Viu-se a questão dos fitoterápicos, e que seria bom que fossem incluídos nas compras da Rede.

Foi trazida também a necessidade de encomenda de no mínimo de R$ 500,00, por semana parte da Rede Ecológica senão tem prejuízo. Pagam de internet R$ 150,00, telefone R$ 120,00, Daniel ganha 50,00 a diária e fica o dia todo em função da comercialização, com a Rede.

A acolhida para entrada na Rede Ecológica: Ligia trouxe a experiência, que tem realizado por anos no centro a cidade de 3 a 4 vezes ao ano. Tem sido muito proveitosa, mas houve uma queda na frequência – as pessoas se inscrevem para ir, mas não comparecem. Sugestão de que os núcleos assumam a acolhida.

Sandra fez um relato sobre as finanças.

Finalmente, foram feitos alguns encaminhamentos e também se viu associados que poderiam ficar a frente:

1. Pensar em apoiar uma rede internacional de apoio ao MST, que já tem uma articulação a nível internacional a cargo de Albina e Miriam.

2. Aumentar as compras de produtos do MST, o que será mais facilitado com a presença do Armazém do Campo. João e Bibi puxariam este assunto.

3. Organizar visitas ao assentamento Terra Prometida, havendo uma comissão a frente, mas em cada mês um núcleo assumiria esta visita. Visitas com uma preocupação de incluir questões políticas Beth Bessa.

4. A rede apoiar a logística do MST, tentando organizar um crowdfunding para a compra de um veiculo para transporte de produtos. João está vendo este assunto, e Albina ficou de contribuir.

5. Aperfeiçoar a parte de comunicação. Carlito ficou de integrar a comissão.