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A campanha do veículo para o MST: alegria e gratidão

É momento de alegria e agradecimento.

Alegria por, neste período tão difícil de nosso país, um grupo de consumidores-cidadãos se unir a um grupo de produtores rurais assentados e ajudar a viabilizar um sonho e um caminho para a sustentabilidade: a compra de um pequeno caminhão que possa transportar seus produtos. Vocês não podem imaginar as consequências que este fato desencadeia: muitos produtores, desanimados com a perda de seus produtos por problemas de logística, já retomam seu plantio, em breve colherão e nos mandarão seus maravilhosos produtos. E na cidade, vamos descobrindo novas formas de investir, começando a nos libertar do sistema bancário, tão explorador, para irmos abrindo nova atuação na economia solidária.

O valor arrecadado irá financiar a compra do veículo. As famílias do Coletivo Alaíde Reis irão cotizar o pagamento integral do investimento em 36 meses. Os valores oferecidos a título de empréstimo serão pagos aos investidores sociais com a correção relativa à da poupança. Os valores doados constituirão um fundo rotativo que irão financiar novos projetos para incrementar a produção. A proposta é constituir uma comissão gestora deste fundo, com membros do Coletivo Alaíde Reis e da Rede Ecológica

Aos 18 anos de vida, tempo de maioridade, a Rede ecológica conseguiu mostrar sua força no sentido de tornar realidade seus desejos ligados a um campo fortalecido e ativo. Assim, sem utilizar uma plataforma de crowdfunding, e criando um modo alternativo e colaborativo, a Rede foi se movimentando, em parceria com o Coletivo Alaíde Reis, conseguindo ultrapassar a meta original de R$ 40.000,00. Alguns valores ainda estão sendo depositados. Na próxima Carta informaremos o valor exato arrecadado.

E para isto se tornar realidade muita gente se envolveu em diferentes atividades. Montou-se uma coordenação, uma comissão de finanças, e um grupo de animadores por núcleo que foi essencial para a organização da campanha. Também vimos emergir muitas iniciativas espontâneas de rifas, feijoada, e campanhas entre amigos que mobilizou muita gente, para além dos associados da rede. Mais de 120 pessoas aderiu a campanha, destes cerca de 40 não são associados.

Tudo isto mostra como a auto-gestão de fato está acontecendo conosco, abrindo novas perspectivas, especialmente relacionadas à maior autonomia. Por outro lado os agricultores do Coletivo Alaíde Reis estão se movimentando na mesma direção de uma maior organização e se comprometendo a pagar mensalmente uma cota para retornar os empréstimos, divulgando junto a feira terra crioula, se reunindo sistematicamente conosco para definir os passos.

Em breve faremos um registro mais detalhado de como funcionou a campanha por dentro e como as pessoas se organizaram. É um aprendizado extremamente importante para fortalecer nossa organização.

Agora entra a etapa da busca do carro, e das providências ao seu bom funcionamento. Encaminharemos em breve um retorno dos agricultores a nossa Rede. Estamos tod@s de parabéns!