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Festa Junina Livre de Transgênicos

Bibi,  cestante de Santa Teresa, repassa proposta de atividade do Slow Food Brasil, para quem quiser aderir à ideia!

Boa noite slows!

O mês dos arraiais já começa nesta semana!

E como todo ano, promovemos na rede Slow Food Brasil a Festa Junina Livre de Transgênicos.

A festa junina é a maior festa de abrangência nacional relacionada ao alimento, sincretizando a festa da colheita do milho praticada desde tempos imemoráveis pelos povos originários com a celebração de santos católicos (Santo Antônio, São João e São Pedro).

No entanto o principal ingrediente da festa está totalmente descaracterizado, padronizado, patenteado e modificado geneticamente para suprir a voracidade do agronegócio para alimentar o gado e a indústria alimentícia pelo mundo. Como consequência, diversas variedades tradicionais foram extintas ou continuam sendo contaminadas, afetando diretamente a soberania dos povos e a manutenção das culturas alimentares, assim como a qualidade de vida das comunidades agrícolas e dos recursos naturais.

Por isso essa campanha visa denunciar os efeitos danosos das sementes patenteadas e modificadas geneticamente e promover as sementes livres e tradicionais de cada território.

Surgida em 2015 para denunciar os danos da tentativa de se retirar a rotulagem obrigatória de alimentos com ingredientes transgênicos, nós do GT Sementes Livres nos somamos às resistências a essa e

outras ameaças que também aparecem na atual conjuntura. Novas biotecnologias que sequer têm regulamentação, políticas sociais cada vez mais excludentes, o uso e liberação descontrolada de substâncias químicas nocivas da qual os transgênicos são dependentes, legislações ambientais, agrárias, trabalhistas e educacionais cada vez mais afrouxadas para favorecimento de interesses corporativos em detrimento dos interesses comuns da sociedade apenas demonstram a importância de nos organizarmos para conscientizar a todxs para o risco desse modelo de produção agrícola e promover a importância das sementes locais.

Por isso compartilhamos a metodologia da Festa Junina Livre de Transgênicos para ser promovida pela rede Slow Food. Vocês podem desde ocupar uma barraca no arraiá local para falar sobre o tema ou montar uma festa junina completa para isso. O importante é difundir a informação e promover a consciência e a responsabilidade dos consumidores com comida de verdade, que não mate nem por envenenamento nem por conflito.

Receituário
Em grandes cidades ou em locais em que a obtenção de milhos ‘crioulos’ sejam difíceis, sugerimos não utilizar o milho pois isso pode incentivar o consumo de milho transgênico posterior à festa. Ao invés disso é possível aproveitar o receituário junino para elaborar receitas com outras alimentos tradicionais da festa (como mandioca, amendoim, pinhão, batata-doce, etc) e ainda se inspirar nas receitas de milho e inovar com substituições. Como muitas festas já foram realizadas pela rede, podemos compartilhar as receitas já desenvolvidas e estimular que outros nós da rede também se mobilizem. Ótima oportunidade para convocar cozinheirxs engajadxs que queiram se somar na luta.

Decoração
No entanto, mesmo que o milho não esteja presente nas comidas da festa, é desejável que esteja presente em todos os outros lugares. A palha de milhos coloridos podem ser usados para enfeitar de diversas formas, bastando usar a criatividade.

Altar e Bênção do milho
O milho é um alimento sagrado para muitas culturas, e é interessante recuperar algumas dimensões do alimento que hoje são negligenciadas ou excluídas. A comida deve alimentar o corpo e espírito, motivo pelo qual tem tanta relevância cultural para muitos povos. Convide líderes religiosos e espirituais de todos os credos para a bênção do milho, desde as comunidades tradicionais e povos originários aos cristãos e outros credos presentes no território, essa festa deve ser agregadora e respeitosa para com todxs.

Promova a importância das sementes ‘crioulas’ e da troca de sementes
Após a bênção do milho, abra para a troca de sementes, prática ancestral para fortalecer o vínculo entre os povos e também aumentar a variabilidade genética das plantas. É importante saber a origem e a história da semente, pois a identidade dessas sementes é o que diferenciam das sementes industriais.

Comunicação
– Aproveito também para compartilhar alguns materias de comunicação (em anexo) já desenvolvidas em campanhas de anos anteriores.
– Divulguem e compartilhem nas redes sociais e nos nossos canais fotos e relatos das festas!
– Preencha o formulário pra sabermos da sua festa:
https://forms.gle/iSPD6N7USwEnvfxA9
– Marquem o @slowfood.brasil no instagram e @slowfoodbrasil no facebook
– Utilizem as hashtags:
#FJLT
#FestaJuninaLivreDeTransgênicos
#SemOGM
#SementesLivres
#SlowFoodBrasil

– Conheça as campanhas de anos anteriores:
2015: http://bit.ly/FJLT2015
2016: http://bit.ly/FJLT2016
2017: http://bit.ly/FJLT2017