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Breve Relato da Visita - Assentamento Terra Prometida - 09/06/2019

Lígia Bensadon (Niterói):

A 6a visita começou a ser organizada com cerca de um mês de antecedência pelo núcleo Niterói, por cerca de três associadas/o (Ligia, Gabriela e Thiago). Seguindo as orientações, iniciamos pela divulgação interna e depois pela externa. Rapidamente concluímos o limite de inscritos, informando e administrando o valor da alimentação fornecida pelo assentamento (R$ 30,00). Contratamos a mesma van que havia realizado o deslocamento das demais visita, com o Siqueira (na verdade conduzido por um colega seu, o Omar), em um valor de R$ 600,00. Alguns participantes reclamaram que o valor do transporte estava alto, mas não tínhamos outra alternativa de deslocamento, dado que havia apenas 4 veículos particulares para a visita. Uma questão é que o valor do transporte, ainda que uma estimativa, deveria ter sido informado desde o início, dado que ficou cerca de R$ 40,00 por pessoa que foi de van, totalizando um custo total da visita em R$ 70,00. O perfil das/os 30 participantes era formado em sua maioria por mulheres e famílias, professoras/es, estudantes, profissionais da área de serviços e mais da metade das pessoas eram associadas da Rede Ecológica.

Chegamos a sede do MST no assentamento sem muitas complicações, apesar de acharmos que o mapa fornecido nos arquivos da Rede Ecológica estivesse muito complexo, com várias fotos. O melhor é indicar a ida com o ponto de referência da escola local: Escola Sargento João Délio dos Santos, e depois dela basta seguir a esquerda, beirando o areal, depois a direita.

Tivemos um delicioso café da manhã de recepção do assentamento, com bolo de aipim, banana, café, leite, batata doce e aipim. Tivemos uma rápida rodada de apresentações e depois seguimos de van e carro para visitar o lote de um casal de assentado, Carlinhos e Marilza.

Esse trajeto teve que ser feito de veículo, pois o local era distante e não haveria tempo hábil de ir a pé. Tivemos uma pequena complicação nesse trajeto, pois a van seguiu a frente sem aguardar todos os carros, e dois veículos tomaram o caminho errado. Demoramos cerca de 30 minutos ou mais nisso, até encontrar os que estavam perdidos e reencontrar o caminho correto junto da van.

Ao chegar na casa dos assentados, conhecemos sua casa e sua produção. A casa foi construída com pallets de madeira em apenas alguns dias pelo casal, em especial por Marilza e em menos de dois anos eles transformaram uma área de pasto em produção agroecológica, com apoio de um projeto para criação de galinhas, geração de energia e infraestrutura, patrocinado pela Danone na região. O lote tem um pouco de tudo: legumes, verduras, frutas, animais, ervas medicinais e temperos. Dali saem as berinjelas que estavam sendo consumidas pela Rede Ecológica. Em roda realizamos uma conversa, levantando questões e debates, percebendo e valorizando toda a produção agroecológica desenvolvida pelo casal. A coordenação pelo MST da visita também fez uma dinâmica de acolhimento, valorização do outro/a e do bem comum.

Já próximo do horário do almoço retornamos à sede do assentamento e novamente tivemos um delicioso almoço da reforma agrária: arroz, feijão, chaya, ovo, farofa, legumes e suco. Após o almoço fizemos mais uma roda de debates, discutindo o conflito junto ao areal, os desafios da reforma agrária e a luta do MST.

Ao final participamos da feira com produtos do assentamento (bolo, batata doce, ovos, limão, laranja, mexerica, aipim, condicionador, shampoo, etc), agradecemos e nos despedimos, retornando o trajeto para o Rio e Niterói.

Para os/as participantes a visita foi reanimadora e muito importante para conhecer a realidade de um assentamento próximo da capital, retomando forças coletivas em um momento político de tantos retrocessos como o que estamos vivendo. Vida longa ao MST e Viva a Reforma Agrária Popular!