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O CEM retorna para a Rede

Olá, parceirxs.

Primeiramente agradecemos o espaço, assim como toda sua atenção.

Participamos da Rede Ecológica desde 2015, logo após o I Encontro Nacional de Agroecologia que aconteceu na UERJ, momento que conhecemos a nossa amiga e grande articuladora da Rede Ecológica, Miriam Langenbach. No entanto, no final de 2017, não conseguimos mais manter uma constância das nossas entregas, até que pedimos por um tempo nosso afastamento, devido a perda da agrofloresta, assim como da sede. O intuito desse e-mail é comunicar nosso retorno para Rede, enquanto ativistas e Agricultores urbanos na favela. E também, repassar um retorno sobre como estamos hoje. Na Rede, trouxemos a chaya e a proteína de jaca, conhecidas como PANC- Plantas Alimentícias não convencionais. Manteremos essa entrega e em breve retornaremos com as mudas produzidas por mulheres e jovens da Serra da Misericórdia, vertente Penha.

Um pouco mais sobre o CEM:
O Centro de Integração na Serra da Misericórdia (CEM) é uma associação sem fins lucrativos que desde 2011 atua no Rio de Janeiro sob os eixos da cultura, da cidadania e do meio ambiente. Sua principal frente de trabalho é a promoção da agroecologia e soberania alimentar em territórios urbanos, o que se faz em parceria com diversos coletivos e instituições, buscando contemplar as duas pontas da cadeia produtiva de alimentos: do cultivo ao consumo.

O CEM foi criado com o nome de Centro de Educação Multicultural e durante cinco anos teve como sede o Parque Proletariado do Grotão,favela situada no bairro da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro. O lugar faz parte da área de Planejamento 3 do Município, onde está a maior densidade demográfica da zona urbana, a menor área verde por habitante e os mais baixos índices de qualidade do ar. Por ali passa a cadeia de montanhas da Serra da Misericórdia,umas das faixas verdes da região.

No Grotão, o CEM cultivou uma agrofloresta que abriu espaço para o envolvimento da comunidade com o meio ambiente e de seus integrantes com a comunidade. Ali foram realizados diversos mutirões, além de oficinas de culinária, identificação e manejo de plantas, educação ambiental, teatro, dança, reforço escolar, Capoeira, percussão, intercâmbios com outros países, Lan house, produção de cerveja artesanal etc. Por uma disputa de terras envolvendo o dono de uma antiga pedreira e o narcotráfico, em novembro de 2017 a associação deixou o local e, para não encerrar suas atividades, reinventou sua maneira de trabalhar – sem abandonar suas premissas. Como a geração de renda, adivinha da produção agroecológica.

Desejamos também nesse email, agradecer todo carinho e apoio ao longo dessa jornada! Temos uma caminhada que não é fácil dentro da favela, mas que a partir da agroecologia e da agricultura urbana se torna possível a transformação socioambiental daquele espaço, e isso significa um olhar para o social, para a geração de renda, alimentação, saneamento, entre outros. Com a venda do espaço que ocupávamos dentro da favela, ficamos paralisados por um tempo, por outro lado, nos deu mais autonomia e ampliação das nossas redes dentro e fora do território, tivemos a oportunidade de pensar fora da caixa. E essa força do movimento nos trouxe pra dentro novamente.

Hoje, estamos em uma nova sede na Favelinha, um pouco acima de onde estávamos situados. Mandaremos outros informes sobre como estamos hoje e os projetos que desenvolvemos no maciço misericordioso.

Agradecemos toda atenção,
Ana, Diego, Samuel e Marcelo.
Coordenação coletiva CEM.