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Relato sobre a reunião de acompanhantes de secos em final de julho de 2019

Estavam Jana (pedidos), Olga (Niterói) e Beth Bessa (Grajaú), da CG, interessadas em entender melhor o acompanhamento; Milca Colombo (acomp. Topanotti) e Caroline (Coopacaju) por skype (Grajaú), Graciela (Coofeliz), Marcio e Rita (Vale Ecológico (Santa), Miriam (Urca).

Para situar, há alguns meses foi criada uma coordenação de frescos e secos, integrada por Bibi, Marcio, Rita, João, Guilherme, Miriam e Brígida, que examinam as questões referentes a estes acompanhamentos. O grupo discute as questões por zap, mas a idéia é que Márcio, Rita e Miriam, com apoio de Bibi vejam mais de perto os acompanhantes de secos.

Viu-se primeiramente melhor o papel destes acompanhantes:

Quando entra novo produtor, fazer o contato e se possível fazer uma visita. Como no caso dos produtos secos, as pessoas estão longe, esta visita é difícil. Uma coisa que se pensou, seria a possibilidade de quando um cestante vai visitar a região onde estão certos produtores, eles serem estimulados a visitar e trazer seus depoimentos.

Outra forma também é que qualquer material produzido sobre estes produtores seja encaminhado à Rede.

A cada mês, a(o) acompanhante, antes da lista sair, deve ter um contato para saber se os produtos oferecidos se mantém, se há alguma alteração nos preços, alguma questão.

O monitoramento do transporte também é importante (a data da saída dos produtos, a transportadora está dentro do prazo?, a previsão da chegada?, chega na data prevista?, se houver algum problema, avisar Casa Anitcha e acompanhar se os produtos chegaram.

Importante no cálculo dos preços, a aferição do frete, que tem que ser incluído no produto. Importante Sandra das finanças, como referência, que talvez mande uma orientação para toda(o)s.

Uma questão muito importante é entender e acompanhar a realidade do produtor: quem é/são? como se organizou/organizaram? São uma organização de agricultores familiares, ou uma empresa? Isto é muito importante em função da priorização que fazemos dos coletivos, especialmente do MST ou da economia solidária. Nos propusemos este ano a privilegiar nos secos, a vinda de produtos do MST. Mas não tem sido fácil chegar a eles, e aos contatos para viabilizar esta chegada. Tanto que de fato entre os secos temos apenas a Copavi como assentamento. Rita tem batalhado muito em cima disso, mas temos que conversar com o pessoal do MST com o qual temos contato.

A contextualização dos produtores deve ser passada para o site, no qual os produtores são apresentados, inclusive com seus endereços, telefones, etc. A cada ano o acompanhante deve atualizar o que está apresentado no site (www.redeecologicario.org), mostrando a evolução destes produtores, novas iniciativas, se existirem, dificuldades vividas.

Jana, a frente dos pedidos, interage com todos os produtores, com alguns sem nenhum problema. Viu-se, que mesmo assim, pelos aspectos acima destacados, e para ter um contato mais personalizado (vale e a pena em certos momentos explorar o zap telefonicamente), e também para não sobrecarregá-la os acompanhantes são muito necessários.

Surgiu uma nova comissão, que é a do controle de qualidade, mais para frescos até, do que secos, mas que tem a ver com uma pessoa em cada núcleo que deverá ser acionada quando houver uma reclamação, especialmente. Isto porque as pessoas não reclamam mas param de comprar o produto.

Por sua vez, estas pessoas vão fazer parte de uma comissão, acompanhada por uma ou duas pessoas da coordenação, de modo que as reclamações – e também os elogios, sejam coletados no grupo e repassados ao acompanhante por apenas uma pessoa.

Quando um novo acompanhante chega, eles deverão entrar em contato com alguém da coordenação de secos e frescos, sendo então incluídos no grupo de zap.

A seguir vimos alguns acompanhamentos que estão com problemas:

1. Amarea (chocolate): Renata Pereira (Urca) assumiu este acompanhamento, tentando contato, depois de um infeliz episódio em que devolveu-se a remessa por engano, até para ressarcir os produtores, mas não se conseguiu mais. Buscou-se outros produtores, inclusive do MST mas até o momento não se avançou. O chocolate vem da Bahia.

2. A castanha de caju, que exigia um mínimo de 100k, com pagamento adiantado, que não se conseguia alcançar. Ariel, o acompanhante anterior saiu e Caroline assumiu. Viu-se a necessidade de diminuir a exigência de quantidade e o pagamento poder ser feito em 2 etapas. (Observação posterior à reunião: Caroline entrou em contato e as 2 condições foram aceitas (basta um total de 80k e pode ser antecipada apenas a metade).

3. Vale Ecológico: importante se entender melhor sua organização. É uma empresa de que tipo? As famílias de agricultores integram a empresa? Como? No caso, especialmente viu-se que o feijão preto deles superpõe com o da Coofeliz, e no caso devemos evitar colocar 2 produtos iguais. No caso a Coofeliz é uma cooperativa da economia solidária, com forte protagonismo das mulheres e muito bem organizada que atua no Espirito Santo. Pedimos que Graciela telefonasse e entendesse melhor como funcionam e encaminhasse ao site. Em breve isto será feito. Além disto, a checagem de outros produtos que possam interessar, inclusive frescos mais resistentes, e que possam apoiar a entrega de frescos (no caso de produtores de MG ou ES).

4. Sítio quaresmeiras, que tem vários produtos considerados secos, mas que vai merecer uma análise e discussão, na medida em que tem um preço alto, e não é o perfil dos cestantes da Rede.

5. Vimos a questão do sal, que não temos há bastante tempo. Havia uma época em que trazíamos através do restaurante Metamorfose, mas eles passaram a comprar o sal do Hattori, mas aí há uma contradição. O sal de Mossoró vai ao Rio Grande do Sul para voltar para cá, numa pegada ambiental insustentável. Viu-se a necessidade de contactar Pedro Ribeiro, um dos proprietários do restaurante, e que sempre foram parceiros nossos e que estão algo distantes, para conversarmos sobre isto e outras possibilidades de produtos. Rita e Miriam ficaram de ir.

6. Uma questão que também surgiu que seria interessante que os acompanhantes não só mandassem textos para a carta semanal sobre seus produtores, mas também fizessem uma entrevista por áudio, e encaminhassem, de modo que estes produtores fiquem mais próximos.

7. A importância da comissão de cozinha: como certos produtos são pouco consumidos porque as pessoas não sabem preparar, ou usar. Um bom exemplo é o chocolate, de excelente qualidade, mas que as pessoas não sabem como fazer para poder usar no seu dia a dia e daí os pedidos eram muito reduzidos.

8. Rita ficou de contactar uma produtora de difícil acesso que produz grão de bico, e lentilha, preciosidades para nós.

9. Rita, da coordenação, ficou de solicitar que a casa anitcha avise quando os produtos chegaram.

Ficamos de marcar nova reunião para os acompanhantes que não estiveram presentes, especialmente os novos, para consolidar os pontos destacados. Nesta oportunidade ficamos de apresentar o manual do acompanhante, vendo se contempla bem o acompanhante de secos.