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Relato da Comissão Gestora em 04/08/19

Estavam representados apenas 4 núcleos: Grajaú ( Beth e Débora), Niterói (Olga),Santa (Bibi, Paloma e Ruth), Urca (Miriam e Sueli Faria). Nos surpreendemos com as ausências não avisadas de Botafogo, Caxias, São João e Vargem Grande. Nova Iguaçu não ter conseguido um substituto, quando vai organizar a visita de setembro, também fica como questão.

O foco principal foi fazer uma avaliação das visitas que já aconteceram. As observações se basearam nas avaliações feitas pós-visitas por estes núcleos . De destaque:

– primeiramente as visitas foram todas até agora um grande sucesso, consideradas muito bem organizadas. As pessoas gostaram muito de conhecer mais a realidade dos assentados, tendo tido um papel importante de aproximação e sensibilização.

– nas visitas, relativamente poucas pessoas da Rede foram. Algumas hipóteses, além das habituais faltas de tempo, os custos, certo desinteresse e também falta de uma maior consciência.

– então o grosso das pessoas que foram, eram de fora, contactadas durante a Feira Estadual da Reforma Agrária, e agora nesta próxima visita, mobilizadas pelo Facebook do MST. Fica claro que a Rede prestou um serviço importante de articulação ao MST, e ficou de se examinar melhor que impressões a Rede despertou junto ao público que foi, e saber mais do interesse das pessoas em ingressar na Rede. Ficou de ser feita uma correspondência com estes visitantes neste sentido.

– viu-se também que do Terra Prometida, muito poucos assentados participaram, além das lideranças. Apesar de se ter pedido uma presença maior dos mesmos, não se conseguiu. As visitas são no domingo, dia de descanso e às vezes ainda de atividades externas, mas até que ponto também falta a consciência da importância de estar presente neste momento.

– foi observado que o assentamento, apesar de estar em área relativamente grande, tem poucas pessoas. São pessoas que não tem em sua maioria experiência de produção, e fica preocupante a ausência de jovens. Fica também a hipótese existente com a presença tão forte dos areais, que a terra seja fraca. A impressão é de que há pouca produção.

– fica visível que também há muitas brigas internas, tanto em termos dos vários grupos existentes na área, como dentro do grupo com o qual trabalhamos.

– viu-se o planejamento para 2020, em que ficou destacada a necessidade de ampliar as visitas para os assentamentos da cooperativa Alaide Reis. A idéia é que haja 2 visitas ao sul fluminense nos termos feitos em 2019 para o Terra Prometida, e a terceira seria para o Terra Prometida. Nas idas ao sul fluminense se abriria a possibilidade de pessoas pernoitarem nas casas das pessoas.

– como forma de suprir esta ausência junto ao Terra Prometida, a Rede poderia em 2020 funcionar como consultora e articuladora de visitas, realizando esta função a distância, sendo que a recepção e a execução da visita ficaria por conta do Terra. Teria a representação de duas pessoas da Rede, possivelmente da comissão organizadora das visitas, para acompanhar o processo. E quando fosse uma ida organizada pela Rede, esta se voltaria para uma atividade como um mutirão, havendo também a possibilidade de pernoite na casa das pessoas.

– foi falado do papel que a Rede pode ter em relação ao grupo de compras coletivas que o MST tem desenvolvido, inclusive no Terra Crioula, que tem acontecido quinzenalmente e que tem um bom número de pessoas que aderem. Nota-se a necessidade de que estes grupos assumam mais seu protagonismo, além das compras. Conhecimento da metodologia da Rede, especialmente na questão da autogestão, apoios vários a serem dados ao movimento, a adesão aos 3 Rs. Isto já foi comentado com lideranças da cooperativa Alaide Reis, com proposta de que a Rede fosse falar junto ao grupo de compras coletivas de Volta Redonda, por exemplo. Foi muito bem recebida esta proposta. Uma hipótese é que um grupo destes poderia ser um núcleo da Rede Ecológica em parceria com o MST, abrindo para a regionalização de novos núcleos na região sul fluminense. A Rede está com 10 núcleos, e ela tem capacidade de ter até 12. Então ter um núcleo irradiador poderia ser uma possibilidade importante.

– voltando ao assentamento, os comentários em relação a alimentação foram muito positivos, se achando que talvez a questão da carne – no caso frangos com pouca carne, muitos ossos, poderia ser melhor pensada. Talvez até tirando do cardápio. Foi expressa uma vontade de ter visitas mais técnicas, no sentido das pessoas aprenderem mais sobre agroecologia.

– as rodas de conversa se concentraram fortemente em mostrar a realidade difícil vivida pelo assentamento. Importante destacar a necessidade de que a Rede Ecológica tenha um momento de fala de apresentação, já que tem muitas pessoas de fora.

– estimulou-se Santa Teresa, próximo núcleo a realizar a visita, fazer uma filmagem sobre esta. Lembramos que Ana Galizia (Santa) já fez um vídeo sobre uma das primeiras visitas Este vídeo deverá ser mostrado antes de qualquer das visitas, e estar mais presente na Rede Ecológica.

– o jornal mural foi algo que funcionou bem, sendo bem visto. Ele deve ser incluído no passo a passo elaborado para os organizadores das visitas.

– a feirinha final em alguns momentos funcionou, mas é algo que tem que acontecer de modo mais organizado para que dê resultados interessantes para o grupo de produtores.

– ficou complicada a parte de informática na organização da visita, que em vários momentos deu muito trabalho aos novos organizadores. Pensou-se em pedir ajuda a Ligia Bensadon, para facilitar seu manejo.

– foi destacado o papel de Campo Grande como iniciador do processo, e estruturando a organização da visita e também do núcleo Grajaú, que enfrentou uma ida muito difícil, diferente do roteiro imaginado, já que se tinha ocupado um lote, em defesa da reforma agrária. E as pessoas toparam ir.

– o material dos registros está desorganizado, ficou por conta da comissão organizadora fazer esta tarefa.

– Nesta semana os assentados responderão ao questionário de avaliação das visitas encaminhado ao assentamento. Posteriormente a comissão organizadora das visitas deverá estar dando o retorno presencial das avaliações para o assentamento.

– conversou-se bastante sobre a desorganização do Terra Prometida, na comercialização com a Rede. Foi apontado novamente que muitos limões vieram podres, abobrinhas de tamanhos diferentes são oferecidos por unidade e não quilo.

Haverá em breve uma visita para o assentamento com o objetivo de visitar os produtores e organizar as entregas realizado por pessoas da coordenação de frescos e secos. Mas falta uma a duas pessoas para fazer o acompanhamento rotineiro.

Foi destacada a necessidade de haver um acompanhamento aos produtos (leite vegetal) de Mariana Freire, assentada e também associada do núcleo Caxias.

– Passamos para a programação do restante do ano, quanto a questão das visitas:
Setembro – Nova Iguaçu
Outubro – Vargem Grande
Novembro – seria feita a primeira visita à Cooperativa Alaide Reis, com pessoas que doaram ou emprestaram para a compra do veículo. A idéia é ir-se num sábado, havendo 2 opções: volta no mesmo dia ou pernoite em uma das casas, práticas que eles já tem.

– Foram examinadas 2 novas propostas a serem desenvolvidas pela Rede Ecológica em 2020:
1. A Rede adotar o boicote de produtos como um caminho assumido pelo coletivo. Para tal o primeiro passo é fazermos um levantamento de quem já boicota individualmente produtos e marcas. Definir quais as prioridades de boicote neste momento. Idéias: Nestlé e Coca Cola, Baeyer, produtos de milho, soja, Ambev. Foi destacada a importância deste tipo de ação, que gera muita consciência política.
2. trabalhar com sobras de produtos dos agricultores, buscando uma maneira deles poderem ser aproveitados por população de rua. Especialmente pensando em Caxias, para onde os assentados do Terra Prometida vem para uma feirinha. A Rede teria o papel de articulação nesta proposta. Se sugeriu contato com a Ação da Cidadania e com Ana Santos, que já faz um trabalho com as sobras da feira da Glória.

– a próxima reunião da CG será em 18 de setembro, no centro, focalizando a situação do Consea. A organização ficou a cargo de Nova Iguaçu. No mês de outubro será festejado o aniversário da Rede Ecológica e com isto encerramos os trabalhos da CG por reunião presencial no ano de 2019.

Depois da reunião um maravilhoso almoço, como sempre! O cheese cake da Olga foi a cereja no bolo.