Blog

Pitomba na Rede Ecológica - Diversificando a Oferta (e o Consumo) de Frutas

Na entrega da Rede deste mês o Wellington, produtor de Seropédica, está nos enviando pitombas, que muita gente não conhecia. A pitomba é o fruto da pitombeira, árvore nativa que pode alcançar até 13 metros de altura.

Wellington é produtor de Seropédica, fazendo parte da Cooperativa Raiz Forte. Na época da safra, que vai de janeiro a março, ele comercializa pitombas de três pés que tem em seu quintal. As árvores ainda fornecem sombra para a produção de rúcula durante o verão, e a adubação da rúcula fica também para pitomba. Ele nos enviou algumas fotos

A pitombeira pode ser encontrada em matas nativas em quase todo o Brasil, especialmente na Caatinga, Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. E também é cultivada em pomares domésticos. Mas raramente se encontra à venda na região sudeste do Brasil. E praticamente não é vendida em supermercados, que compram de grandes produtores ou atacadistas.

A pitomba é da mesma família das jabuticabas e seriguela, também nativas do Brasil.

Possui uma casca dura e quebradiça, porém fácil de ser aberta, uma fina polpa suculenta, de sabor agradável levemente ácida e doce, além de um caroço que ocupa a maior parte do seu conteúdo. Embora seja de origem e famílias bem diferentes, a pitomba lembra um pouco a lichia, que é nativa de regiões quentes da Ásia.Dá em cachos, é rica em vitamina C. Serve de alimentação para inúmeras espécies de aves. Como as aves são dispersoras de sementes, é uma árvore que ajuda na recomposição de matas nativas em áreas degradadas, pois as aves trazem sementes de outras espécies.

Vale lembrar que a quase totalidade das frutas vendidas nos supermercados não são nativas do Brasil e várias delas são de clima temperado – como maçãs, peras, pêssegos, ameixas, figos, uvas – sendo pouco adaptadas ao clima do Rio de Janeiro, embora algumas delas possam ser produzidas nas serras fluminenses.

Incentivar o consumo de uma maior diversidade de frutas, em especial frutas nativas do Brasil, é importante porque além de contribuir para a conservação da biodiversidade (fortemente ameaçada pelas monoculturas e dietas baseadas em poucos produtos), abre um mercado que pode permitir o de uma maior diversidade de frutas em sistemas agroflorestais e quintais produtivos e talvez até um melhor aproveitamento econômico de reservas de matas.

Do ponto de vista da saúde, é sabido que uma maior diversidade de alimentos leva a uma alimentação mais rica, pois cada alimento tem propriedades distintas, inclusive pela presença de diferentes minerais e micronutrientes. É sempre bom lembrar como os seres humanos são parte do meio ambiente, o que faz bem para o meio ambiente faz também bem para nossa saúde.