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Reunião ampliada da REDE com destaque ao papel da Comunicação

Na reunião ampliada da Rede Ecológica, ocorrida em 28 de agosto, estiveram presentes:   Beth e Debora (Grajaú), Sandra (Duque de Caxias), Katia (Nova Iguaçu), Brígida (Vargem Grande), Bibi, Thais e  Sandra (Santa), Marinete e Miriam (Urca), Ana Paula e Bernardete (Campo Grande), David (Humaitá), Ana Galízia, Beto Jansen.

Na primeira parte da reunião, Bibi fez o balanço contábil dos primeiros meses da campanha (item 2 desta carta), apresentando o quantitativo das arrecadações, dos gastos, número de cestas, número de produtores.  Além disso, foi Importante também destacar as ações e iniciativas realizadas  com o objetivo de alcançar nossos objetivos finais – tais como o Seminário de Agricultura Urbana e a Roda de Conversa sobre Comida de Verdade – e as que se pretende realizar,  como o esperado encontro planejado para outubro sobre o tema “O povo pode ter acesso à comida de verdade?” Nessa ocasião, pretende-se abordar modos de organização de grupos populares de consumo bem como se pretende discutir maneiras de fomentá-los, com a explicitação do papel que o CONSE- Rio desempenha nessa luta.

Ainda outra iniciativa de caráter educativo mencionada foi a confecção de 70 cadernos de receitas a serem doados para os 7 territórios, em etapa de finalização.  Ações como esta, de caráter formativo, fazem parte da atuação da REDE desde seu início.

Como segundo ponto de pauta, conversamos sobre a comunicação da campanha. Mesmo sem contar na reunião com todos os participantes do GT comunicação, pudemos tomar conhecimento do que foi avançado.  Ana Galizia nos trouxe algumas notícias importantes: falou-nos do trabalho que tem desenvolvido em conjunto com jovens comunicadores dos territórios que começaram a produzir materiais, armazenando e compartilhando-os no Google Drive para serem anexados à carta semanal. Ficamos sabendo também que Ana e Rebeca (núcleo Grajaú) coordenam, por meio do whatsapp, os grupos responsáveis pela tarefa de registro das ações da Campanha que acontecem em seus territórios. Parte dos recursos da campanha é destinado a esses jovens sob a forma de uma bolsa-auxílio no valor de 150 reais concedida pelo trabalho no dia das entregas. O grupo é composto por 7 jovens de 4 territórios da campanha: Vitória, da FAG; Eric e Tiago, do SIM Eu Sou do Meio; Stefany, Gabriela e Arieli do CEM; Samira, da Associação Popular das Vargens.

“Temos incentivado que, além dos registros de entregas das cestas, prossegue Ana, sejam feitas e registradas em vídeo entrevistas breves com produtores e produtoras, beneficiários e beneficiárias, abordando questões sobre a origem dos alimentos que compõem as cestas, sobre o que é a comida de verdade, sobre a possibilidade de plantar em área urbana, entre outras coisas. Demos início a um processo de formação que passou pela abordagem de questões ligadas à comunicação popular e à agroecologia. E porque entendemos que esse aprendizado deve ser contínuo, gradual e conjunto, com a participação e o engajamento dos jovens aos projetos que acontecem em seus territórios, temos atuado como mediadoras na interação com eles e, dessa maneira, acreditamos ser importante pensar em possíveis parcerias com os responsáveis pelos projetos, a fim de assegurar a permanência e continuidade desse trabalho com a juventude”.

Nesse sentido, Ana Santos (CEM) destacou a importância do envolvimento da juventude no projeto do CEM e de se pensar em conjunto estratégias para melhorar e articular essa formação. O primeiro resultado veio sob a ideia de convidar uma pessoa do local, no caso o jovem Juan da Penha que, por sua formação em Comunicação Social e sua experiência de longa data com as atividades do CEM, tem condições de levar de forma presente e contínua essa formação com o grupo local.

Viu-se que a questão da manutenção das redes sociais continua a ser um grande desafio, o que tem nos mobilizado com grande preocupação, por seu papel crucial para dar continuidade à campanha, viabilizando as entregas das cestas agroecológicas.

Temos garantida a entrega de cestas até meados de outubro. Mas como estaremos daí em diante? A comunicação exerce um papel central para sensibilizar as pessoas a contribuir, não só com a parte financeira, mas para além dela de modo a se tornarem Amigos da Rede, um conceito a ser fortalecido.

Vimos que por se tratar ainda o mundo virtual pouco familiar a todos os membros da Rede Ecológica, é uma área na qual ainda atua pouca gente. No entanto, o mundo das redes sociais exige presença constante, de alimentação informacional passo a passo, o que requer uma nova forma de organização.

O ponto de partida para alimentar as redes sociais tem sido a carta semanal, que vai para o site e tem funcionado como fonte de inspiração para o redirecionamento das informações para as redes sociais, necessitando serem trabalhadas com outra linguagem, outra metodologia.

Foi levantada a hipótese, para a pouca atuação nessa área de comunicação em redes, o fato de as pessoas, talvez, sentirem que não dispõem de autonomia para trabalhar a partir do material da carta semanal. Assim que reforçamos a ideia de não haver impedimentos neste sentido.

 Esta nossa carta semanal talvez acabe trazendo uma contribuição limitada para isso, já que com ela estejamos preocupadas especificamente em apresentar os territórios da campanha de forma alternada (a não ser que haja situações que demandem divulgação reiterada). Trazemos depoimentos diversificados (de produtores, de associados que estão atuando, de famílias), tentando enfatizar os processos que estão sendo desencadeados pelas campanhas.

Para a comunicação especificamente voltada à veiculação em redes sociais, talvez sejam necessários materiais-fonte mais diversificados, que estão disponibilizados no googledrive. Porém, é preciso que as informações ali contidas sejam trabalhadas e reorganizadas, deixando de estar, talvez, em estado ainda “bruto”.  Nesse sentido, a equipe precisa contar com mais voluntários que as preparem para que outras pessoas possam dali facilmente retirar os conteúdos para jogar nas redes sociais.

Outro ponto importante discutido sobre o tema da comunicação da Rede foi relativo à eficácia comunicacional desta nossa carta semanal.  Apesar de ser sempre muito elogiada pela sua apresentação e conteúdo, é fato que são poucas as pessoas da própria Rede que costumam lê-la. Nesse sentido, ponderou-se sobre a necessidade de elaborar mensagens rápidas com uma linguagem fluida e de leitura agradável, mais adequada ao tempo e espaço da comunicação virtual.

No entanto, a defesa pela continuidade da carta foi feita em termos de sua dupla função. Além de comunicar as ações da REDE, trata-se de registro da história que vem construindo a REDE, fonte, portanto, de dados que podem ser acessados por qualquer um que vise pesquisar nossa atuação.

Ficou claro que é importante que a comissão gestora tenha um protagonismo maior no que tange à carta, fazendo entre si comentários e críticas, se encarregando de dispará-la, valorizando-a, chamando atenção para certos aspectos.

Importante ressaltar que ocorre um gargalo a partir da carta, no encaminhamento e trabalho dos dados no facebook e instagram que são as redes que estão sendo trabalhadas. Como dissemos antes, até o momento apenas uma pessoa está atuando em cada rede, o que traz sobrecarga de trabalho, além de ser insuficiente em relação à demanda existente. Por parte do exterior, das redes sociais da Suiça, por exemplo, também há uma expectativa de que este material esteja mais trabalhado, sendo necessário o trabalho de tradução.

Da forma como está, é relativamente pouco o número de pessoas que vem recebendo os materiais, o que acontece também no que tange à informação sobre nossos eventos, como a  Roda de Conversa, por exemplo, que foi muito rica, mas infelizmente, pouca gente a assistiu.  Faltou divulgação ampla, apesar da notícia ter aparecido em pelo menos em duas cartas semanais.

Sobre ainda esse assunto, David se dispôs a fazer uma aproximação com o coletivo Colivre – que desenvolveu a Noofero (https://pt.wikipedia.org/wiki/Noosfero; http://colivre.coop.br/noosfero/) –  a fim de avaliar com eles a possibilidade de uma parceria com a Rede Ecológica para desenvolvimento de uma rede social específica onde se poderá agrupar indivíduos e coletivos interessados e atuantes na prática da agricultura urbana e no consumo consciente de comida de verdade e em conexão direta com a agricultura familiar e movimentos sociais do campo. A ideia é construir um canal de comunicação digital alternativo às plataformas oferecidas pelos gigantes google e facebook, que não demonstram nenhum compromisso com a democracia e com o combate contra a circulação de fake News. David também mencionou a cirandas.net, com as quais tivemos uma interação no passado.

Ainda houve a menção de que talvez fosse interessante usar parte do premio de 10.000,00 reais recebido pela REDE do Conselho de Agricultura Urbana para pagar um profissional experiente em realizar campanhas como as nossas para formar nossos associados interessados em assumir o trabalho com as redes sociais. A ideia inclui também fortalecer o conhecimento dos jovens comunicadores nos territórios. Fora a questão da renda, fortalecer o acesso à internet, que está sendo um grande problema para muita gente.

Aderir a uma plataforma também ficou como uma possibilidade, mas a tendência é tentarmos incorporar as tecnologias e aprendermos a lidar com elas.

Como primeiro encaminhamento ficou a proposta de uma reunião do GT de comunicação com a finalidade de pensarmos detalhadamente sobre esse tema.