A história da padaria tem sido carinhosamente contada na Carta Semanal da Rede Ecológica (edições do dia 22 de janeiro e 12 de fevereiro de 2020). Mas é sempre bom lembrar a essência do trabalho que surgiu da intenção de melhorar a qualidade da alimentação na minha família, e que no contexto do desemprego, se tornou uma fonte de renda.
A Rosavelã Pães Artesanais completou no final de setembro, um ano como produtora da Rede Ecológica. Nesse curto período de tempo muitas mudanças ocorreram na minha vida, e a padaria foi a mola propulsora. A renovação veio, sem dúvida, com a “mão na massa” e essa energia circula entre toda(o)s nós que fazemos parte da Rede Ecológica.
A vinda para Tanguá foi um desafio que me propus de peito aberto. E um desafio chama o outro. São muitas ideias, são nobres os ideais, são assustadoras as limitações, são surpreendentes os resultados.
Agora nos deparamos com mais uma possibilidade de estender nossa lona para uma proposta ousada e desafiadora. Com o apoio de mãos habilidosas da Roberta Rangé vamos lutar para que mais pessoas possam perceber o bem que a alimentação saudável traz a nossa sociedade. Vamos juntar nossas histórias e escrever no livro da vida um capítulo novo em que a alimentação saudável, o respeito a natureza e o empoderamento feminino formam o tripé desta iniciativa.
Mais um desafio aceito. Vamos seguindo para ver em breve os bons resultados que virão pela frente.
Diana Rosa / Rosavelã – Pães Artesanais
Segue texto de Roberta Rangé, a parceira que foi o ponto de partida da proposta:
Há 5 anos venho trabalhando artesanalmente com pães de fermentação natural e há mais tempo ainda, interessada em viabilizar projetos ou negócios que tivessem impacto positivo social e ambiental. Durante todo o período trabalhando com os pães, buscava formas de coletivizar a atividade, sempre inspirada pela filosofia Ubuntu, originária da região sul africana e muito apreciada pelo grande Nelson Mandela. Ubuntu significa “sou o que sou, porque nós somos” ou “Eu sou porque você é”. Nesse sentido, fazer sucesso sozinha nunca me animou muito, e sim fazê-lo COM um grupo de pessoas que unidos pudessem conquistar seus objetivos e sonhos. O termo gratidão me acompanha mesmo sempre e forte no coração, por todas as chances e oportunidades que tive ao longo da minha vida, de poder aprender tanto e vivenciar tantas coisas diferentes. Com a decisão de dar um tempo com a produção este ano para abrir novas frentes, decidi que gostaria de doar meus equipamentos a um grupo de mulheres que poderiam realizar um trabalho coletivo social. E foi assim que conheci pela Rede, o trabalho e dedicação da Diana – da Rosavelã. Muita garra e talento reunidos numa mulher forte e sonhadora. A convite dela, fui conhecer sua casa e local de produção em Tanguá, e conheci seu projeto e o espaço que ela quer renovar numa campanha de financiamento coletivo para fazer a padaria com um grupo mulheres vizinhas, e conseguir assim também introduzir temas da agroecologia para uso em seus quintais. Nada poderia ser mais perfeito para encerrar com laço de fita esse meu ciclo de produção e começar um novo para diversas mulheres que vão aprender esse belo ofício. Todas NÓS, juntas – mesmo que virtualmente – a construir um sonho comum, com cheirinho de pão fresco saindo do forno.
Importante perceber a amplitude dos desdobramentos que a Rede Ecológica e a Campanha Campo e Favela de mãos dadas ensejou!