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CEM, com muitas notícias

 

Texto de Ana Santos

A produção agroecológica no CEM e nos quintais do Complexo de favelas  da Penha está se enriquecendo muito a partir das trocas estabelecidas com os representantes do Coletivo Terra em suas visitas:

  1. Os animais de criação mantidos soltos foi um ponto crucial de debate. Cosme orientou-nos a conversar com os donos de animais para que estes reforcem ou incluam cercas para que os plantios não sejam prejudicados. Cosme também nos sugeriu fortemente que construíssemos galinheiros com a finalidade de aumentar a produção de ovos e, também, de esterco. Nessa direção, o galinheiro do CEM foi reformado, ganhou novas galinhas da raça brahma, além de apoio para pastagem. Também foi iniciada a construção de um galinheiro-cerca de 3x3m junto a uma ocupação ao lado do CEM que envolve 11 famílias. Ali já não havia condições para plantar, em função da presença de 20 galinhas soltas. Mas não será apenas o galinheiro para acondicionar as galinhas, haverá acompanhamento da produção. Essa iniciativa tem à frente uma moradora, a Rose, cuidando da nascente, e tem a Margareth dona das galinhas. Além disso foi apoiada pelos PACS.

 

  1. Cobertura vegetal em todos os quintais com plantio consorciado.

 

  1. No início da pandemia, foi preciso frear a produção de mudas agroecológicas – um projeto financiado pela FAPERJ, via o Arranjo Local Penha – pela dificuldade de circular nos viveiros instalados. Mas considerando que as mudas são dispositivos de troca nos quintais e de fortalecimento da produção local, encontramos maneiras de retomar e fortalecer sua produção e sua comercialização virtual via um sistema de tele.entregas no SOS Agricultura Urbana.

Numa conversa com o Cosme e Bia, viu-se a oportunidade de fazer uma primeira produção em grande escala de mudas em células. Serão em torno 20 bandejas, cada uma contendo 240 mudas, para serem plantadas entre janeiro e fevereiro dentro do assentamento Terra Prometida.

Nas trocas que tivemos nos foi ensinado a produzir as mudas e daí avançar para agricultura familiar.  Trata-se de atividade que pode gerar renda para o CEM e para os outros 3 quintais que estão à frente do viveiro, no caso, com a  Evelin, que é uma das moradoras que acompanha o grupo Alimentação e Saúde; com a dona Josefa, integrante do Verdejar, e com o Ricardo do Telhado Verde, que são jovens que estão plantando no Alemão. Todos e todas estão fazendo a produção para o coletivo Terra. Assim, além de nos profissionalizarmos, com orientação e acompanhamento das atividades pelo Cosme, ganhamos fôlego para continuar buscando adesão de outros agricultores bem como para criar mecanismos de troca com as bandejas de mudas por alimentos. Desse modo, não só avançamos para a autonomia, na questão financeira, mas também em soberania alimentar, com a intensificação da produção.

Novo desdobramento em rede a ser destacado: com a Coopcarmo, cooperativa que fez os cadernos de receitas ecológicos. E com as garrafas de plástico recolhidas pela cooperativa, as mulheres vão iniciar o plantio de plantas para a venda, reaproveitando-as.

Sabendo que a Coopcarmo tem um quintal grande, que não é aproveitado, estamos sugerindo sua integração às redes de Agricultura Urbana e o CEM, nesse sentido, está lhes oferecendo duas bandejas de mudas para doação tanto dos  vasos, quanto para produção em seus espaços. Quem sabe, com isso, algumas das mulheres se animarão a frequentar os encontros de quintais, que estão oferecendo formação agroecológica. Vocês são muito bem-vindas!!