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A primeira reunião do ano da coordenação da campanha (parte 1)

A primeira reunião do ano da coordenação da campanha (parte 1)
Texto: por Miriam Langenbach e Bibi Cintrão

 

REUNIÃO DA COORDENAÇÃO DA CAMPANHA CAMPO E FAVELA DE MÃOS DADAS CONTRA O CORONAVIRUS E A FOME

Data: 11 de janeiro de 2021

Estavam presentes Bibi, João, Julia, Márcio, Sandra (Santa),Fabiana, Marinete, Miriam e Solange (Urca), Beth (Grajaú)   e Ana Santos – CEM, Ana Paula (Campo Grande), Annelise (Vargem Grande), num quórum razoavelmente representativo dos núcleos da Rede.
Importante acrescentar que núcleos não presentes estão passando por grande dificuldade, como Humaitá,  em função da ausência de uma sede; e Nova Iguaçu, que suspendeu as compras desde o início da pandemia, apesar de estar mantendo a associação.

Duas questões foram abordadas:
1) Um balanço financeiro da campanha campo e favela de mãos dadas contra o corona e
2) um planejamento da continuidade da campanha em 2021.

1) BALANÇO FINANCEIRO

O balanço financeiro  deixa  como seu ponto mais significativo, o fato de  termos um  saldo em conta que garante a entrega de cestas até o mês de abril.

O Total de arrecadações com a Campanha até 31/dez/2020 foi de aproximadamente R$ 200 mil reais e o total de gastos foi de aproximadamente R$ 155 mil (incluindo alguns adiantamentos das entregas de janeiro). O saldo em caixa é de cerca de R$ 60 mil.  O relatório financeiro ainda está sendo fechado e estão sendo feitas checagens e correções, pois há recursos em diferentes contas e houve repasses diretos para algumas organizações parceiras que fizeram o controle independente (em especial AS-PTA e FAG).

A Comissão de Finanças alimenta um arquivo de acompanhamento geral das entradas e gastos nas contas administradas diretamente pelo Rede Ecológica, que está disponível online, que disponibiliza na aba CAIXA o saldo atualizado:

https://docs.google.com/spreadsheets/d/1KnwegYMMK5ugI2eL5Q0VTjNDFL6c9Uh91s9ohb2_c_8/edit#gid=0.

Nesta mesma planilha tem uma aba com entregas previstas e realizadas para os territórios mês a mês.

A diversidade de fontes de arrecadação inclui coletas feitas no exterior junto a parceiros e amigos da Rede – Suíça, França e Alemanha – e coletas no Brasil por parte da Rede, com destaque para a maratona interna junto  a familiares e amigos, feita em setembro (com pagamentos em out, nov e dez). Foram apresentados alguns dados preliminares.

Quadro1 – Recursos arrecadados para a Campanha Campo e Favela em 2021:

Doações no Exterior (Bem Vindo-Bélgica, AMAR-França e Alemanha-Júlia) R$ 58.964,91
Doações no Brasil – Rede Ecológica (associados, amigos e parentes) R$ 89.149,00
Projeto – Fiocruz e  Prêmio CAU-Conselho Arquitetura Urbanismo R$ 58.000,00
Total 2020 R$ 206.113,91

Ver quadro detalhado ao final do relatório.

Quadro 2 – Compromisso mensal da Rede com a entrega de cestas nos territórios, com cálculos em equivalentes cestas de R$ 30,00(*):

 

FAG – Fundação Angélica Goulart 100 cestas/mês (50 famílias x 2 entregas/mês) 3.000,00
CEM – Serra Misericórdia 100 cestas mensais (2 entregas/mês para 50 famílias) 3.000,00
Coletivo Rua Solidária 100 cestas/mês (50 famílias x 2 entregas/mês)(*) 3.500,00
Articulação das Vargens 36 cestas mensais (2 entregas/mês para 18 famílias) 1.200,00
SIM eu Sou do Meio 82 cestas mensais (2 entregas/mês para 41 famílias) + frete 3.000,00
CAC – Centro de Atividades Comunitárias 8 cestas mensais  (2 entregas/mês para 4famílias) + frete 240,00
MST-Macaé – PDS Osvaldo Oliveira/ Acampamento Edson Nogueira 100 cestas mensais (2 entregas/mês para 50 famílias) + frete 2.200,00
TOTAL POR MÊS Equivalente a 538 cestas mensais de R$ 30,00 16.140,00

 

(*) Este quadro se refere ao último trimestre de 2020, mantido em jan/2021. Falamos em “equivalente cestas” porque os valores incluem transporte e em alguns casos as doações são usadas na elaboração de comida, como no Rua Solidária, em que as doações enriquecem as quentinhas para população em situação de rua e é dado um apoio também para o transporte das quentinhas da cozinha ao local de distribuição.

É importante ressaltar que este quadro é dos gastos previstos, mas nem sempre todas as entregas foram realizadas e os valores sofrem pequenas alterações. Ele inclui apenas o compromisso com as cestas. Além disso, outros apoios têm sido dados.

Foram dados apoios extra aos territórios, como por exemplo para transporte de doações, para comunicação, para agricultura urbana (mudas, apoio à horta do CAC), para a produção no PDS Osvaldo Oliveira (trator para plantio do feijão, lona para a colheita, etiquetas para embalar o feijão), uma balança para o SIM, para o transporte em visitas e intercâmbios. E houve custos administrativos e com as contas bancárias, em especial com a conta CNPJ cedida pela Casa Anitcha e optou-se por utilizar contas CPFs, que dão mais flexibilidade e têm custos menores e mais compatíveis com as arrecadações.

O fundo rotativo da Rede, usado para empréstimos solidários, existente desde o Programa Campo e Cidade se dando as mãos, seguiu com um papel independente, mas a propos também teve um papel e deverá ser definida a incorporação de seu dinheiro à campanha.

2) PLANEJAMENTO DA CONTINUIDADE DA CAMPANHA EM 2021

Foi levantada por Júlia uma questão para reflexão, para além da questão financeira, que é de que, frente ao fato de que a Campanha da Rede é uma gota num oceano de necessidades (dos produtores e dos territórios),  o que é a essência da Rede e qual o sentido principal da Campanha para a gente enquanto Rede Ecológica?
No debate sobre a continuidade da campanha, ficou clara a importância da mesma para os territórios, que tiveram acesso a algo totalmente distante de sua realidade, que é o alimento agroecológico, além da incorporação do tema da comida de verdade também através de práticas relacionadas à agricultura urbana. Isto trouxe uma maior conscientização, mais do que isto, está introduzindo uma nova cultura junto a estas comunidades.
A campanha foi muito importante não só para os territórios, mas também para os produtores, que tiveram garantido um melhor escoamento de seus produtos, dentro de um momento muito difícil,  percebendo na Rede um importante aliado para sua situação geral.  Um destaque para a importância das cestas no fortalecimento interno da organização dos coletivos nos assentamentos de Reforma, com a participação nas entregas do Coletivo Terra (assentamento Terra Prometida) e de 3 coletivos ligados ao MST: Coletivo Alaíde Reis-regional Sul Fluminense, Coletivo Mulheres Hydras do Terra-Terra Prometida e Assentamento Projeto Desenvolvimento Sustentável Osvaldo de Oliveira/ Ocupação Edson Nogueira (Macaé)  (continua na próxima carta)