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Pegada Ecológica: Você pesquisa as práticas e a procedência das matérias primas das lojas de onde compra roupas, sapatos e objetos?

Segue análise da equipe do Centro Universitario Celso Lisboa, coordenada pela profa. Yana Moysés e composta por Flávia Tostes, Paula Maria Moura, Larissa Drummond, Jean Sambonha e Nicole Almeida que aplicou, no final de 2019, a pesquisa Pegada Ecológica junto aos membros da Rede Ecológica.

Dividido em 4 grandes temas – 1.Transporte, 2. Energia , 3.Água e 4. Alimentação  – o questionário aplicado procurava traçar um retrato dos hábitos de consumo da Rede Ecológica naquele momento e, assim, propôr a reflexão sobre como cada um de nós pode aprimorar a sua relação com o ambiente e a sociedade que nos cerca a partir de uma revisão dos nossos próprios hábitos de consumo: Que marcas escolhemos? Sabemos sua procedência? Sabemos que relações de trabalho estão por trás daquele produto? Estamos dependentes dos nossos carros ou fazemos uso de outras formas de locomoção mais comprometidas com a qualidade do ar e do convívio nas cidades?

Para este número da Carta Semanal a equipe de pesquisadores do Centro Universitário Celso Lisboa nos convida a pensar sobre os resultados da pergunta:

Dando seguimento na análise dos resultados das questões destacadas, verificaremos agora os resultados da questão “Você pesquisa as práticas e procedência das matérias primas das lojas de onde compra roupas, sapatos e objetos?”

 

Diferentemente da última questão analisada, ao analisarmos a Rede Ecológica como todo, verifica-se que a maioria se aproxima das características relacionadas à categoria epistemológica-política de agronegócio. Dos 123 associados que responderam ao questionário, 78 se situam em A e B, o que corresponde, aproximadamente, 64% do total.

Por outro lado, quando analisamos as diferenças entre os Núcleos, verifica-se que todos, com exceção do Humaitá, localizam-se em processo de transição das práticas relacionados ao agronegócio à agroecologia. Por sua vez, os resultados do Núcleo Humaitá chamam atenção pela grande proximidade com as características relacionadas à categoria epistemológica-política do agronegócio.

Essa questão, assim como a última já discutida, segue na análise sobre o grau de compreensão de todo o ciclo de produção/consumo e de seus múltiplos impactos socioambientais dos associados.  A grade disparidade dos resultados dessas duas questões, pode estar no fato da última não abarcar as práticas de consumo que se relacionam diretamente às da Rede Ecológica. Ou ainda pode indicar, entre os associados, uma preocupação mais individualista específica ao consumo de alimentos sem agrotóxicos e/ou uma alienação sobre os mais diversos impactos socioambientais de todo o processo de produção/consumo que podem nos afetar direta e/ou indiretamente.

De toda forma, esse resultado nos provoca refletirmos, enquanto coletivo social, o quê nos distancia especificamente nesse ponto das práticas agroecológicas e como podemos nos aproximar delas?

É importante que esse (re)pensar das práticas se de tanto no campo individual, dos Núcleos, como de todo o movimento social (Rede Ecológica) e que estimule uma troca de saberes/fazeres entre os integrantes, núcleos e os mais diversos coletivos sociais.