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CEM em sofrimento, mas cresce

 

Texto  de Ana Santos

A  linda programação pensada:

14:30h : Carro vai sair do ponto de táxi na Vila Cruzeiro

15h: Chegança no CEM  com suco revitalizante

15:20h: Coletivo de Consumo Popular da Rede Ecológica: tecendo possibilidades – Bate papo com Rafael Carvalho / Rede Ecológica

16:10h: Lanche agroecológico com Receitas da Rede Ecológica

16:20h: Bate papo sobre o livro de receitas produzido pela Rede Ecológica com doação- Ana Santos /CEM

16:40h: Cadernetas/Agenda agroecológica – Doação da Aspta – Marina/Aspta

16:30h: Feira Agroecologica e solidária  – Doação da Aspta

Chamava atenção para

🔴 Faremos em área aberta

🔴 Obedecendo o espaçamento por pessoa

🔴 Vamos cuidar uma da outra.

🔴 A alimentação será servida por pessoa pra evitar aglomeração.

A atividade não aconteceu, foi muito triste, uma violência grande, dois policiais mortos. Recebemos uma ordem que não podia circular, porque a mata estava com muita gente. Enfim, desmarcado em cima da hora, um monte de alimento para doar, sem poder circular.

Texto abaixo foi colocado no facebook por Ana Santos

A insegurança alimentar precisa ser entendida de uma maneira mais ampla, como vem se escancarando a pandemia das violências. O território que é reflexo de um racismo ambiental, expõe as desigualdades e todo seu abandono, a começar no prato.

Pois é… Estivemos (Parceirxs dos Arranjos Locais) reunidos na @ArenaDicró realizando a contagem, separação e pesagem dos alimentos agroecológicos doados pela As-pta Agroecologia. Preparamos tudo com muito carinho pra entrega no sábado. No entanto, já cedo o barulho de tiros, já sinaliza a interrupção das ações de soberania alimentar naquele sábado: feira solidária e agroecológica e o bate papo sobre grupo solidário de consumo da Rede Ecológica. Não conseguimos realizar por conta do conflito policial na Serra da Misericórdia. Foi preciso construir alternativas, entregando para os bem próximos e conservando de outras maneiras para não desperdiçar e garantir a entrega, como: congelar, fazer polpa e sal de ervas.

 

Mas o espirito de continuar é inquebrantável. Vamos ao relato dos lindos pães confeccionados e sua história

O forno industrial doado por Sarah Rubia produtora da feira da roça de Vargem Grande, e que chegou a o CEM através do Repasse com o Coração, já foi inaugurado. Possibilitou uma grande fornada de pães. As padeiras foram: Tatiana do Balacobaco companheira  do Rafael Carvalho, (núcleo Grajau) e nosso acompanhante para o CEM. Ela foi indicada para  produzir o pão para a cesta doada pela Aspta, neste final de semana  e ela não tinha estrutura. Nós, da cozinha coletiva, a Sandrinha, que já vinhamos recebendo Tatiana em diálogo –  ela já tinha ensinado duas receitas, e propôs uma parceria, já que trabalhamos com congelados. Ela propôs que na lista do Balacobaco, entrassem produtos daqui. Então diante da abertura desta parceria ela foi convidada para produzir os pães com o forno da cozinha. Elas montaram uma  metodologia, foi uma trabalho de três: Tati, Vanessa  e Sandrinha, e os pães foram para o complexo da Penha, Complexo da Alemão , para todos os agricultores da Colônia, de Vargem Grande, as meninas da coletiva da zona oeste, de distribuição pelos  arranjos locais que a As-pta coordena. Foi bacana que elas aprenderam a metodologia de fazer o pão. Chamou muita atenção na comunidade porque o cheiro do pão ficou circulando por 3 dias pela escada e todo o mundo perguntando, então  despertou a vontade de fazer uma fornada deste pão, só que mexida a receita por elas. Fizeram um pão recheado, um pão com frutas, um pão a ser vendido uma vez por mês na comunidade pensando num valor de 5, ou 6 reais. Um pão grande. pesado. E também trabalho sobre o resgate de comer outros tipos de pães, lembrar que nossas mães faziam paes que circulavam um fermento que chamavam de “pão de jesus”. Hoje vejo que é um fermento natural. E rendia, e passava, e renda. E vamos trabalhar com a comunidade este resgate do pão. Viu-se que há uma capacidade de produzir em quantidade.