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Falta d’água é o que vive o complexo da Penha há 12 dias 

É importante acompanhar a campanha em suas ações, mas delas também fazem parte os grandes problemas vividos pelas comunidades envolvidas.

Ana Santos nos reporta a grande dificuldade vivida com a total falta d’água nas favelas do Complexo da Penha, em especial da Terra Prometida.

A bomba de água da Cedae, que distribui a água para o bairro vizinho, e que chega à comunidade por meio de um “bico de água” está parada há 12 dias. A distribuição de água na comunidade parte desse ponto de água de onde saem os encanamentos para as casas e são feitas comunitariamente manobras da água para alcançar todo o morro.  A água sempre é pouca para nós moradores, uma vez que não temos um compromisso dos governantes em abastecer a comunidade. E quando acontece algum problema, sentimos na pele ainda mais.

A bomba da Cedae queimou e precisou ser consertada. A maior indignação é não ter uma bomba reserva para que a comunidade não fique sem água.  Além disso, não fecharam a saída de água no registro geral, de modo que nesse tempo todo em que estávamos sem água esperando a bomba ser consertada, houve vazamento. E quando a bomba chega, se dá outro impasse: o registro de água ainda estava aberto e toda equipe ficou esperando por 2 horas aguardando o fechamento para fazer a reinstalação da bomba. Tanto desperdício e a falta de logística é o retrato do descaso com as pessoas.

 

As chuvas mantiveram nossas plantações. A cisterna, mesmo ainda sem impermeabilização, captou a água, o que garantiu a continuidade da rega das plantas. Por outro lado, manter a cisterna cheia atrapalhou a finalização  da obra. Que dilema, né ?  Mas isso nos confirma a utilidade da cisterna não só para abastecimento das casas, mas principalmente para a manutenção dos nossos plantios. Ela não é somente um SOS, mas nossa garantia de manter a nossa higiene em tempos de pandemia e a produção de alimentos na favela.