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Pandemia por Ana Santos (CEM)

Nossas agendas não param!
Roupa suja,
trabalho dobra,
comida não chega.
Comunicamos que não detectamos o pagamento.
A Sra tem uma cesta pra minha mãe que está desempregada ?
Minha obra parou e sem o auxílio não tenho o que comer.
Força
Resistência
Tolerância com um governo genocida.
Tô a ponto de explodir
Não consigo mais dar conta de nada.
Coração sempre acelerado
Pernas inchadas
Choro preso na garganta
Pandemia das violências
Territórios em luta
Mulheres na linha de frente
Mães sem teto
Serra como abrigo
Verde como esperança

Desabafo
Ana – março/2021
Esta poesia foi apresentada por Ana durante a apresentação Rede Ecológica e as Mulheres (veja aqui o que foi apresentado) no seminário NOVOS CAMINHOS DE EDUCAÇÃO, CONSUMO E SUSTENTABILIDADE  NEW PATHS OF EDUCATION, CONSUMPTION AND SUSTAINABILITY, organizado pela Universidade da Califórnia Santa Bárbara e a Universidade da Califórnia San Diego.

Ana Santos (a 3a da direita para esq.), entre as companheiras de luta do CEM, na Serra da Misericórida.