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Continuando com os 3 Rs e o reaproveitamento

Texto Miriam Langenbach

Conforme comentamos na ultima carta, é importante sabermos mais de uma iniciativa como a Coopcarmo, pela raridade em que a dobradinha coleta de lixo/reaproveitamento acontece.  Importante destacar que este grupo de coleta seletiva de lixo existe há 25 anos, e tem um nível incrível de organização burocrática, com toda sua documentação em dia, algo inédito.
Vale a pena assistir a matéria televisiva com o grupo que aconteceu há poucos anos no programa Domingo Espetacular com Mariana Weickert.

A seguir achamos importante ouvir Jacqueline Carrara, artista e designer, uma referencia no panorama de práticas de reaproveitamento, e que atuou e atua junto a Cooperativa:
“Falar em Coopcarmo para mim é uma coisa muito forte, porque é um trabalho social que me fez repensar a vida. Ter conhecido a Hada Rubia Silva, fundadora e coordenadora desta cooperativa de coleta seletiva e beneficiamento de materiais em Jacutinga, Mesquita foi um marco.
Hada começou como catadora, com um vinculo forte com a Igreja.  Foi juntando basicamente mulheres para coleta de lixo, naquela época eram 20.  Ganhou prêmios, foi para o exterior. Seu depoimento de vida é emocionante pela transformação.   Ada é a própria resiliência em pessoa. Mulher extremamente generosa, rica em experiência. Meu desejo é viabilizar o registro de sua história.
Esta cooperativa foi muito importante na minha vida por vários motivos: questões afetivas foram construídas e desde então vão se fortalecendo cada vez mais. Trabalhei lá em 2002, ficando 3 a 4 anos.  Meu papel era de facilitadora, contratada por uma ONG belga chamada Autres Terres, implantei lá um atelier de reaproveitamento, formado com artesãs locais, sendo toda a comunidade convidada a participar das oficinas, que frequentemente eram facilitadas por artistas . Neste período foi desenvolvida trabalho com fibra de bananeira, mosaicos, móveis, bijou.
Como fazíamos?  Chegavam os materiais da coleta seletiva ,eram separados para o que fosse possível ser feito através do reaproveitamento, seja restauro ou transformação das peças.  E eram trabalhados nas oficinas, depois do beneficiamento, as peças eram vendidas. Naquela época, teve a possibilidade de sustentabilidade, através do apoio do Sebrae, e dos Correios.
Na época surgiu outro trabalho, o que me levou a descontinuar minhas idas lá e junto, o trabalho de reaproveitamento na Coopcarmo.
Terminaremos na próxima carta falando da retomada que acontece desde 2019. Aguardem na próxima carta semanal!