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FAG em ação

Texto de Ana Paula Rodrigues

Continuando a trazer os compartilhamentos que ocorreram na reunião da coordenação da campanha:

A Campanha Campo e Favela contra o Corona e a Fome fomenta as participações e vai muito além do que se levanta em termos de doações.  Seria importante que os cestantes da Rede compreendessem o alcance das ações desta campanha.  Uma questão que está gritante é o autocuidado e a necessidade de ter escutas para as mulheres.  Isso tem aparecido muito.  A feirinha agroecológica tem sido um espaço de escuta.
A equipe indica na feira até quanto cada família pode levar, estimulando que as pessoas conheçam as necessidades dos outros, se abram para as novas possibilidades porque isso é para a vida:  conhecer novas coisas, saber que é capaz de mais, inovar.  A feirinha é um espaço de escuta, a visita à horta da Esperança tem sido muito rica para as trocas, trazendo o. empoderamento das mulheres.
A FAG aprovou um segundo projeto de ajuda humanitária que se volta para geração de renda e autonomia das mulheres. Um bom exemplo são as caixas de caqui com as quais fizeram o processamento dos alimentos.  Fizeram geleia numa das oficinas, e estão testando a comercialização.  Uma das famílias fez a geleia de caqui e vendeu tudo.  Agora ganhou goiabas e está estimulada para preparar novas geleias.  A FAG empresta a cozinha para esta ação.  Estão apostando muito no licor, que é diferente.  Nas geleias estão também fazendo testagem de misturas de frutas e temperos em geleias.  Estão ensinando a fazer mudas para vender, como fonte de renda.
Fizeram mutirão para apoiar a família que quer produzir mudas.  Tem uma escola pública que tem uma horta que é toda com semente comprada em loja de ração e vão trabalhar isso aos poucos, fazendo uma oficina sobre sementes e mostrando como pode ser diferente.  Querem fortalecer esta parceria com a escola.  A cozinha da escola está sendo cedida para as famílias.  A Sarah deu ideia do licor de limão e uma das famílias tem limão e já está começando a fazer o licor.
Demanda para a Rede:  dar um apoio financeiro para estas famílias que estão querendo começar a comercializar.
Querem reduzir as cestas para 25 famílias porque podem complementar com outro projeto.  A entrega das cestas não compromete, mas fortalece.  A feirinha exige pensar nas outras famílias.  Estão fazendo nestes encontros a partilha das mudas.  A FAG leva mudas e as próprias famílias levam também para trocar.  O dia da feira não é só para a doação das cestas, mas é importante mantê-la, assim como as doações.  Tendo claro que há muitos outros tipos de troca.
Querem solicitar um apoio da Rede ás mulheres na produção/comercialização e as composteiras também.  Estão conversando com o Sertão Carioca para fortalecer a compostagem, não só nos quintais, mas na horta da Brisa. Vão fazer um encontro de composteiras, não muito amplo por conta da pandemia.  Querem baldinhos para fazer esta ação das composteiras.  Na horta da Brisa querem que as famílias levem os resíduos e quem sabe se aproximem da horta, pois atualmente são principalmente pessoas idosas que estão mantendo a horta.
Uma outra questão é que tem um casarão abandonado no local onde fazem a feira e estão com medo que este espaço vire moeda de troca para milicianos.  Este casarão tem uma cozinha-escola que está toda montada, precisaria melhorar o telhado e a parte hidráulica.  A proposta é que o núcleo de Campo Grande, que tem umas 7 pessoas que acompanham o casarão agroecológico, apoiem a transformação do espaço numa cozinha comunitária.  Há vários produtores que não tem espaço para processar alimentos, tanto as mulheres do SPG (sistema participativo de garantia) quanto outras.  O núcleo de Campo Grande gostaria de ocupar esta cozinha do casarão, mas estão ainda com questões internas e negociando com a AFA(associação ….).   A Emater disse que tem um convênio que não existe, pois a cozinha é um depósito de pneu.
É abordada a dificuldade com a prefeitura, porque apesar dos esforços do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural , este está numa outra secretaria, com pessoas novas.  Na secretaria de meio ambiente o projeto Hortas Cariocas está minguando porque não tem recursos.
Estão tentando passar o Circuito Carioca de Feiras para a Ordem Publica, se misturando com as feiras convencionais, o que vai gerar grandes problemas.  Fizeram uma reunião no Mendanha com 4 secretários municipais e o prefeito, com características de palanque para comitê eleitoral.
A ideia do conselho era fazer um plano de desenvolvimento agrícola e eles estão querendo fazer um diagnóstico para mapear as pessoas para dar coisas aos agricultores em troca de voto.  A proposta é claramente eleitoreira.
Doaram o caderno agroecológico de receitas para Pedra de Guaratiba e as pessoas estão usando os cadernos.