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Reunião Rede Ecológica e AMAR - 19/02/22

No dia 24/02/2022, quinta-feira, às 17 horas, será realizada uma reunião presencial da Rede Ecológica com AMAR – ONG francesa nossa parceira. Gilles Marechal está no Rio e vamos conversar sobre possíveis ações conjuntas propostas pela Amar, em especial:

1- Realizar no Rio de Janeiro atividades para divulgação da Declaração Universal dos Direitos dos Camponeses, aprovada pelas Nações Unidas (ver https://mst.org.br/2018/11/24/onu-aprova-a-declaracao-sobre-direitos-dos-camponeses-e-camponesas/). A Amar tem realizado atividades na França, e m parceria com a Via Campesina e propõe fazermos algo também no Rio, tendo em conta que o Brasil é um dos países onde o desrespeito aos direitos dos camponeses é particularmente gritante.

2 – Organização do “5º Fórum Franco Brasileiro dos Sistemas Alimentares Territorializados”, a ser realizado na região norte do estado do Rio, em dez/2022, com 2 eixos temáticos: Caminhos da Transição Ecológica; Pape l e direitos dos camponeses. O Fórum terá formato misto (presencial e virtual), incluindo videoconferências e trocas com participantes da França e Burkina Faso e visitas a experiências. É voltado para agricultores, movimentos sociais, consumidores, autoridades locais, extensionistas, pesquisadores, estudantes.
3- Organizar uma devolução/retorno da avaliação dos Chantiês da AMAR feita em 2020 (com apoio participação de Sandra Kokudai). A avaliação trouxe questões interessantes como a necessidade de levar mais em conta a questão da renovação geracional na zona rural e nos assentamentos de Reforma Agrária.

Estamos convidando cestantes e amigos/as da Rede Ecológica que tenham interesse em contribuir, pois nossa participação depende de ter pessoas que se envolvam.

Local da Reunião: Rua Conde de Baependi 78, apto 1303 (Perto da Praça São Salvador).

Interessados podem entrar em contato com Sandra Kokudai (9 9283-6930) ou Bibi Cintrão (9 8895-4336)

Conheça mais sobre a Amar, suas ações e a parceria com a Rede Ecológica

A AMAR-Brasil – Acteurs Dans Le Monde Agricole et Rural (https://www.facebook.com/associationamar) é uma ONG criada em 1988, na Bretanha-França voltada para o intercâmbio e cooperação internacional entre França e Brasil, mais especificamente entre a Bretanha e o Rio de Janeiro.

Sua principal atividade é a organização, uma vez por ano, dos Chantiers Amar, que são intercâmbios de 1 mês, com a vinda de jovens franceses para uma estadia de 20 dias num assentamento de reforma agrária no Rio de Janeiro, quando convivem com as famílias assentadas e realizam mutirões e trabalhos voluntários. Desde 2016 a Rede Ecológica tem sido uma das principais parceiras da Amar, juntamente com o MST-Rio e o Conexão das Artes. Com a pandemia de Covid-19, pela primeira vez em 30 anos a AMAR não realizou Chantiers (em 2020, 2021 e 2022).

Outra atividade organizada pela AMAR são os “Fóruns franco-brasileiros dos Sistemas Alimentares Territorializados”, realizados a cada dois anos, com parceiros brasileiros e da Bretanha-França e, mais recentemente, de Burkina Faso (África). O 5o Fórum está previsto para dez/2022, na região Norte do Rio.

A Amar e os Fóruns Franco-Brasileiros dos Sistemas Alimentares Territorializados:

A partir de 2016, além dos Chantiers AMAR passa a participar ativamente na organização, a cada dois anos dos “Fóruns franco-brasileiros dos Sistemas Alimentares Territorializados”, como uma ação de educação popular ao nível internacional, com parceiros brasileiros e da Bretanha-França.
O 1o. Fórum foi realizado em 2016, em Pinheiral-RJ, em parceria com a prefeitura (do PT, na época) e com apoio financeiro do Conselho Regional da Bretanha e a Embaixada da França. Aconteceu no IFRJ-Campos Pinheiral, com 180 participantes, de parceiros franceses da AMAR. Um dos objetivos centrais foi divulgar o conceito de curtos-circuitos no Brasil e comparar práticas entre a França e o Brasil. O golpe de estado que levou impeachment de Dilma Roussef ocorreu neste mesmo ano, com o início de muitos retrocessos no Brasil.

Em 2018, foi realizado o 2o Fórum dos Sistemas Alimentares Territorializados, em Volta Redonda, com o tema da “Alimentação e Proteção dos bens comuns”, contando com 121 participantes, incluindo uma delegação francesa e dois representantes africanos de Burkina Faso. Um dos eixos foi identificar e qualificar as inter-relações entre os sistemas alimentares e os ecossistemas. Houve visitas, incluindo um assentamento do MST e a uma entrega da Rede Ecológica.

Em 2019 o 3o Fórum foi realizado na África, em Ouagadougou, Burkina Faso, com delegações da França e do Brasil. O tema foi “Comer Local, Agir Global”, destacando a importância dos sistemas alimentares locais para uma evolução estrutural da alimentação e da agricultura. 200 pessoas participaram da reunião na prefeitura de Ouagadougou, incluindo uma delegação do MST (junto com a organização Terres de Liens, da França) e uma representante da Rede Ecológica (Sandra Kokudai).

Em 2020 foi organizado o 4o Fórum, desta vez na Bretanha-França e virtual, com o tema “a Resiliência dos Sistemas Alimentares Territorializados”. Foram explorados os caminhos da resiliência alimentar, tema selecionado em 2019, antes do surto da crise da COVID que popularizou o termo. Mesmo com as incertezas e restrições da pandemia, o formato virtual tornou possível ampliar o público, atingindo mais de 700 pessoas de 18 países. Houve a participação de um grupo brasileiro liderado pela Rede Ecológica, para o qual a Amar forneceu tradução para o português. A transmissão em rede possibilitou a realização de eventos híbridos, combinando videoconferências e intercâmbios presenciais, barateando os custos ampliando a participação.

Para 2022, a AMAR está planejando a organização de um 5o Fórum, no Brasil, na região Norte do estado do Rio de Janeiro.

A proposta de temas iniciais está organizada em 3 eixos:

– Ecologização das práticas de produção, visando principalmente os produtores.

– Caminhos da transição agroecológica, destinado principalmente a pesquisadores, autoridades locais e representantes da rede.

– Papel e os direitos dos camponeses, destinada principalmente aos movimentos sociais (com base na declaração universal dos direitos dos camponeses)

A programação está prevista com participação em formato híbrido, incluindo visitas a experiências, sessões acessíveis por videoconferência para um público amplo, reuniões presenciais na Bretanha e em Burkina Faso, para aprofundamento e intercâmbio.

Já foram feitos contatos iniciais com prefeitos da região, através de um agente local de desenvolvimento territorial da Emater-Rio, parceiro da Amar (Flaviano Souza). O interesse dos prefeitos é dar visibilidade às suas políticas agroecológicas contempladas no projeto “Rio Rural”, financiado pelo Banco Mundial, que agora foi concluído.

A História da AMAR e os Chantiers

A origem da AMAR se deu num estágio de mestrado em economia realizado por Gilles Maréchal em 1987, no Rio de Janeiro, quando conheceu Agostinho Guerreiro, na época diretor da superintendência do INCRA-RJ. Os dois perceberam a importância de um trabalho de apoio às famílias assentadas pela reforma agrária, no campo da produção e da comercialização. Em 1988, Agostinho Guerreiro fundou o IDACO no Rio (com sindicalistas, agrônomos e acadêmicos que resistiram à ditadura) e Gilles Maréchal lançou a AMAR, na França, originalmente chamada de Associação Mayenne Rio, em conjunto com um curso de técnicos agrícolas em Laval. A prioridade era apoiar a reforma agrária e o acesso à terra no Rio de Janeiro, através de ações políticas e projetos concretos.

Um primeiro Chantier havia sido realizado em 1987 no CAC – Centro de Atividades Comunitárias de São João do Meriti-RJ, através de uma parceria com a ONG CEDAC (do Rio de Janeiro), com o movimento CIVAM (da França) e com o apoio do Instituto Belleville, (uma organização de intercâmbio internacional ligada à CFDT – organização sindical francesa). Era ainda um período de resistência à ditatura militar no Brasil.

Amar e Idaco consideraram importante organizar chantiers no meio rural. O primeiro foi em 1988, no Assentamento São José da Boa Morte, em Cachoeiras de Macacu-RJ. A partir de então, os Chantiers rurais passaram a ser realizado todos os anos, organizados pela AMAR e pelo Idaco, cada vez num assentamento diferente, no estado do Rio de Janeiro. Em 1988 foi realizado um seminário em Nova Friburgo, na casa Zulmira Isnar, reunindo líderes camponeses, sindicalistas e ativistas da reforma agrária, incluindo os pioneiros do MST. No seminário foram defini das as necessidades a serem atendidas pelo IDACO. A AMAR passou a colaborar com a apresentação de projetos para apoiar o trabalho da IDACO, de apoio técnico e econômico às comunidades de produtores rurais no Rio de Janeiro.

Desde os anos 1990 um dos focos da ação da AMAR é o apoio aos circuitos curtos de produção e consumo, tanto na Bretanha quanto no Brasil, com a valorização dos sistemas de cestas, que naquele momento não eram valorizados e chegavam a ser negligenciados. A AMAR considera que a falta de controle sobre seus mercados é um dos principais entraves aos assentamentos rurais.

A partir de 1990, além dos Chantiers no Brasil (com a vinda de jovens franceses) a AMAR passou a organizar regularmente (dependendo dos recursos conseguidos) intercâmbios levando delegações brasileiras para a França, incluindo lideranças rurais (em particular do MST, das associações de produtores rurais, da Unacoop), sindicalistas, ativistas, gestores locais, técnicos em desenvolvimento agrícola e rural e acadêmicos. Entre 1990 e 2018, mais de 15 delegações, com um total de mais de 60 pessoas, foram recebi das na França.

Na França, a AMAR realiza anualmente atividades tendo em vista despertar para a solidariedade internacional, com crianças em idade escolar, com parceiros como o CRIDEV ou com atores culturais, como os cinemas rurais. Organiza exposições e sessões de cinema sobre a problemática social no Brasil: males da fome, trabalho infantil, meio ambiente, direitos humanos. Faz parte da PACI (Pacé Coopération Internationale), que reúne organizações de solidariedade internacional na França. A Amar participa todos os anos ativamente da semana de solidariedade internacional. São feitas ações conjuntas com o movimento CIVAM da Bretanha-França, que atua em temas muito semelhantes aos do Brasil: agricultura sustentável/agroecologia, cestas, visita a agricultores/as. Há muitas semelhanças entre o modelo de produção agrícola dominante no Brasil e o “modelo bretão”, de agronegócio integrado com criação industrial. A cada ano, AMAR atinge cerca de 1000 pessoas durante conferências e debates. Há parcerias regulares com o coletivo brasileiro de Rennes, a MJC de Pacé, os cinemas rurais e a cineasta Marie Pierre Brêtas. Nos anos 2000, a IDACO lançou projetos sobre agrofloresta, o que levou a AMAR a se interessar por este tema, que era novo na França. Em 2008 a festa de 20 anos da AMAR contou com mais de 100 pessoas e a presença de uma delegação brasileira. A festa foi realizada num a loja coletiva de produtores agroecológicos, que inspirou a criação de um quiosque de comercialização de produtos dos assentamentos em Seropédica. Em 2009, criaram-se vínculos com o movimento quilombola, com a visita à França de uma delegação da CONAQ, a Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas do Brasil. Em 2015 foi lançado o filme “Que reste-t-il de nos chantiers” (O que resta de nossos Chantiers), que retrata os efeitos da participação nos Chantier sobre os jovens franceses, abordando os 25 anos de cooperação. O filme foi dirigido por Caroline Prudor, uma voluntária de serviço cívico na Amar. Uma exposição acompanhando o filme também foi produzida.
Em 2018, a AMAR celebrou na França seu 30º aniversário na França, com a participação de delegados de seus parceiros: Rede Ecológica, MST, Conexão das Artes. 60 pessoas participam de um programa com uma refeição brasileira e uma roda de samba. A Amar organizou para a delegação brasileira uma agenda de visitas a fazendas, feiras, iniciativas de circuito curto e reuniões.
Em 2019, a AMAR em conjunto com o comitê francês dos Amigos do MST recebeu na França uma ativista feminista rural, para acompanhar as exibições do filme “Mulheres rurais em movimento”.

Pós 2016: Novas parcerias da AMAR: MST-Rio, Rede Ecológica e Conexão das Artes.

Em 2010, foi feita uma avaliação dos 1Chantiers (por Adeline Serrand), sob o ponto de vista dos brasileiros. Embora os resultados humanos fossem avaliados como extremamente positivos, os resultados técnicos foram considerados menos positivos. Uma lição tirada é que o caráter dinamizador depende principalmente da preparação e do acompanhamento posterior. O Idaco passava por uma crise financeira e se voltava mais para trabalhos urbanos, tendo dificuldade em dar acompanhamento às ações dos Chantiers, apontando para a AMAR a necessidade de novos parceiros.
A partir de 2012, a AMAR entra em contato com um centro cultural nascente no bairro Anchieta do Rio: o Conexão das Artes, organizado por Leila Xavier (ex cestante da Rede Ecológica), que se tornaria um parceiro importante na organização dos Chantiers, hospedando os jovens e organizando atividades também urbanas, reforçando as relações cidade-campo e as redes de venda direta. A parceria com a Rede Ecológica se tornaria cada vez mais forte também. Estas duas organizações fortaleceriam o contato da Amar com o Movimento dos Sem-Terra do Rio de Janeiro.

A partir de 2016 o Conexão das Artes, a Rede Ecológica e o MST-Rio passam a ser os principais parceiros da Amar no Brasil. Na França também novas parcerias foram estabelecidas: com o escritório cooperativo de pesquisa Terralim, Ingalan (associação de intercâmbio em agroecologia com Burkina Faso-África), Terra Libra (empresa de comércio justo que comercializa produtos do MST), Amigos da Juçaral (que dão apoio financeiro ao Conexão das Artes, via AMAR) e Betton Solidarité. A Embaixada da França no Brasil identifica e apoia a ação da AMAR.

Em 2016, o primeiro Chantier co-organizado com os novos parceiros aconteceu no Assentamento Terra Prometida – Regional Baixada Fluminense do MST-Rio, com o apoio à construção de uma cozinha comunitária. A Amar apoiou também um financiamento participativo para ajudar na legalização da Cooperativa Coopaterra, além de uma doação de fundos próprios. E o Chantier passa a incluir sempre uma vivência urbana, no Conexão das Artes, além de uma visita a uma entrega da Rede Ecológica. Em 2016 Lucile Berger, voluntária de serviço cívico, com apoio da hospedagem no Conexão das Artes e com parceria do MST-RJ, produz o filme “Mística” sobre engajamento juvenil e música no Brasil, dirigido por Clementino Júnior.

Em 2017, o 2o Chantier com as novas parcerias aconteceu no Assentamento Roseli Nunes, município de Piraí-RJ, com o apoio à compra de uma Kombi para fortalecer as entregas das cestas da Reforma Agrária pelos assentamentos da Regional Sul Fluminense do MST (que posteriormente se organizam no Coletivo Alaíde Reis). E a parte urbana do Chantier passa a incluir também um dia de atividades no CAC de São João de Meriti.

Em 2018, a parte rural do Chantier aconteceu no Assentamento PDS Osvaldo de Oliveira, em Macaé-RJ. Sarah Laisse (estagiária da Amar) participa de alguns mutirões e atividades no CAC. Com o MST, ela descobriu os pontos de comercialização do MST no Rio, Flaviano Souza, um amigo de longa data que trabalha na EMATER-Rio, também é um parceiro importante contribui para a organização do Chantier. Na França, a AMAR celebrou seu 30º aniversário na França, com 60 pessoas, incluindo delegados da Rede Ecológica, MST, Conexão das Artes. A delegação brasileira participou de reuniões e visitas a iniciativas de circuito curto. Em 2019 foi a vez no Norte Fluminense, com o Chantier acontecendo no assentamento Dandara dos Palmares, em Campos dos Goytacazes.

Em 2020, devido à pandemia de Covid 19, pela primeira vez em mais de 30 anos, não foi possível realizar o Chantier. A pandemia obrigou também o cancelamento dos Chantiers de 2021 e de 2022. Isso trouxe vários prejuízos às ações da Amar, pois os Chantiers são a principal atividade da Amar: trazem “sangue novo” e dinamizam as atividades na França.

Em 2020, Anaël Fièvre, estudante de Economia Social e Solidária, fez estágio de 3 meses na AMAR, avaliando a contribuição da AMAR para a educação popular e a solidariedade internacional, apesar de seu pequeno porte e sua organização baseada exclusivamente em voluntários.

A pandemia de Covid-19 e seus reflexos sobre a AMAR

A pandemia de COVID-19 obrigou a AMAR a cancelar os Chantiers, pela primeira vez em mais de 30 anos. Não puderam ser realizados os Chantiers de 2020, 2021 e também foi cancelado o de 2022. Em 2020 a Amar havia planejado uma avaliação, pelo estagiário Anaël Fièvre, que deveria visitar as instalações do Chantier desde 2011, mas a pandemia impediu a viagem. Sandra Kokudai, da Rede Ecológica, auxiliou com entrevistas nos assentamentos. Foi feito um relatório de avaliação bastante interessante, mas ainda não foi possível compartilhar os resultados da avaliação com os parceiros brasileiros, conforme planejado inicialmente.
Em 2020, a Amar colaborou com várias campanhas, na Europa, de denúncia a ameaças de despejo de assentamentos e casos de violência rural no Brasil, através de cartas às autoridades judiciais e políticas brasileiras. Algumas destas campanhas foram também divulgadas pela Rede Ecológica (através de Miriam Langenbach), incluindo as resistências ao despejo no PDS Osvaldo de Oliveira (MST-Macaé-RJ).

A não realização dos Chantiers afetou negativamente a dinâmica associativa da AMAR, que não é mais irrigada pela contribuição de novos jovens. Desde 2020, a AMAR se concentrou em seu trabalho de educação popular na França, contribuindo para a “caravana pelos direitos dos camponeses”, destinada a defender os direitos consagrados na Declaração Universal dos Direitos dos Camponeses, da ONU, aprovada no final de 2018.

No Rio de Janeiro, a Amar apoiou financeiramente a “Campanha Campo e Favela, de mãos dadas contra a COVID e a fome”, da Rede Ecológica, através de uma Vakinha realizada na França e de dois projetos aprovados junto ao Conselho Regional da Bretanha em 2020 e 2021.