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A campanha e seus desafios

Esta semana tivemos uma reunião com os integrantes da campanha realizada no exterior e no Brasil. A coordenação coube à Julia Stadler.

Estamos num momento de organização em que houve muitos avanços no sentido de um controle mais completo tanto do ponto de vista das finanças (as entradas de dinheiro diversificadas e a prestação de contas). Também avançamos na organização da Comunicação, que passou a ter uma equipe dedicada a ampliar o raio da campanha para as redes sociais. Além do trabalho realizado por Ana Galizia e Rebeca Furtado, no sentido de estabelecermos uma relação de troca  entre a nossa equipe de comunicação e os jovens comunicadores dos territórios da nossa campanha.

Nesta 2a reunião geral da Campanha, interagimos com os antigos parceiros da ONG francesa AMAR que está coordenando a campanha de arrecadação na França e uma outra instituição recém contatada, a Autres Bresils, que faz um trabalho de contrainformação em relação ao que se passa no Brasil e organiza um festival de cinema brasileiro uma vez ao ano. Ambas as instituições estão pensando em formatos que possam ajudar a na continuidade de uma Campalnha de arrecadação para O Campo e a Favela de Mãos Dadas.

O grande desafio e uma das nossas prioridades é a autonomização dos grupos alcançados pela campanha, principalmente através da agricultura urbana, da educação alimentar e da estruturação de grupos de consumo populares de comida de verdade.

Fica claro que a Rede Ecológica não pretende uma doação caritativa, que se esgota em um primeiro gesto, mas sensibilizar as pessoas para se tornarem Amigos da Rede Ecológica, entendendo que amizade pressupõe proximidade, continuidade, afeto e interesse. Como provocar isto, num momento geral tão complicado? Como vincularmos mais as pessoas entre si?

Solange Braga (Urca) inovou, mobilizando pessoas próximas e estimulando-as com depósitos programados a se organizarem para doar por 3 meses, a partir da compra de cestas para um determinado número de famílias por mês.

A Amar já tem uma estrutura voltada para visitas, através de chantiers/oficinas realizadas há 30 anos em um assentamento no estado do Rio de Janeiro, momento em que jovens passam 2 semanas colaborando na construção de algo que o assentamento necessita. Até que ponto se poderia fazer uma conexão com este turismo participativo, para pessoas interessadas em colaborar com nossa campanha? Ainda são idéias bem difusas, mas foi boa a troca de idéias e sugestões. A Autres Bresils tem muitos contatos, e divulga muito, o que se propôs a fazer.

Fica claro que precisaremos de um tempo até encontrarmos a forma de nos movimentarmos para construir continuidade e solidez para um movimento complexo e territórios muito diferentes, em que todos buscam maior autonomia e sair da situação de miséria em que se encontram.